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TOMAR – Intervenção no açude do Mouchão altera sazonalidade em favor da segurança e eficácia

A intervenção em curso no açude do Mouchão, em Tomar, «altera o procedimento sazonal tradicional, favorecendo em contrapartida a segurança e a eficácia do mesmo». A indicação é avançada pela Câmara Municipal, numa nota de imprensa enviada para a redacção da Hertz. Nesse mesmo texto, a Município reconhece «que não era mais viável manter a secular tradição de construção do açude da roda do Mouchão nos moldes descritos na icónica obra de Fernando de Araújo Ferreira, “Coisas Simples da Terra Tomarense – O Rio, os Açudes e as Rodas”, onde refere que os açudes, construídos na sua maioria por estacaria de pinho, erva e areia, eram erguidos em Maio e destruídos no começo das cheias em Outubro, procurou uma solução de compromisso que permitisse manter o tradicional aspeto do açude. Assim, e aparentemente num procedimento contraditório do tradicional, ou seja, construir em Outubro em lugar de destruir, mas aproveitando as condições favoráveis do rio nesta altura do ano para executar o trabalho, dando seguimento aos trabalhos de desassoreamento, limpeza e consolidação das margens do rio na área urbana da cidade, a autarquia decidiu efetuar a cravação de estacas e escoras em madeira de pinho tratado, com aplicação de pedra de enrocamento na sua base, permitindo a passagem do caudal ecológico do rio, e constituindo uma estrutura permanente que permita, em quaisquer condições hidráulicas do rio, executar em Maio a represa que conduzirá a água até à roda do Mouchão, podendo esta última ser desmontada em Outubro, permanecendo a estrutura base do açude. Esta estrutura de madeira é composta por estacas e escoras de maior secção do que as tradicionalmente espetadas de forma manual, cravadas através de equipamento mecânico, conferindo ao conjunto uma grande capacidade resistente, permitindo o normal escoamento das águas e em caso de cheias ou forte caudal afluente à cidade, reter os troncos e outros detritos que serão prontamente removidos com o auxílio de grua, evitando passagem dos mesmos para a zona a jusante do açude e consequentes problemas de retenção destes na Levada e na Ponte Velha».