O insólito aconteceu na recente reunião da Câmara de Tomar. Foi apresentado um documento ao executivo, redigido na língua inglesa, que tinha por base a aprovação da cedência do Palácio Alvim – antigas instalações da Polícia de Segurança Pública – para Sede internacional da entidade designada como Ordem Militar Suprema dos Templários (ou Templo de Jerusalém). A proposta foi aprovada pela maioria, de entre a qual Bruno Graça, da CDU, e Pedro Marques, dos Independentes, que não se pronunciaram sobre a polémica em causa. Ou seja, foi o Partido Social-Democrata, pela voz do vereador João Tenreiro, a chamar a atenção para o que foi relacionado como uma ilegalidade pois manda a Lei, sublinhou o eleito do PSD, que os documentos oficiais que são analisados no executivo tenham que ser redigidos em português: «Os documentos têm que vir em português, devidamente redigidos. Não faça essa cara (ndr: dirigindo-se à presidente da Câmara), não faça essa cara de enjoada. Não sou obrigado a saber inglês! Não sou obrigado a ter alguém que me traduza. A tradução devidamente certificada até dou de barato mas para apreciar um documento de forma legítima terá de estar devidamente traduzido. E este documento está escrito numa língua que não a portuguesa. E a Lei é clara!».
Anabela Freitas não teve em consideração a observação de João Tenreiro e disse mesmo que «hoje em dia toda a gente sabe falar inglês», expressão que “arrancou” algumas reacções das (poucas) pessoas que estavam a assistir à reunião: «É incrível que a gente viva num mundo global… Ainda hoje (ndr: segunda-feira), pelas oito da manhã, estava a fazer uma chamada por skpe com Troyes (França). Se queremos ser um município moderno e virado para a frente. O documento está em inglês… e hoje em dia toda a gente sabe falar inglês. Se os senhores não sabem tiveram tempo para traduzir o documento. Os senhores votam se quiserem, senão quiserem não votam. Arranjarem desculpas para não assumir algo que não concordam… ».