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TOMAR – Iniciativa de sucesso. ‘Sopas em casa’ rendeu cerca de treze mil euros ao Centro Social Paroquial de Além da Ribeira

O Centro Social Paroquial de Além da Ribeira, no concelho de Tomar, conseguiu um saldo positivo a rondar os doze mil e oitocentos euros com a realização do evento ‘Sopas em casa’, iniciativa que decorreu em quatro domingos. Numa nota de agradecimento enviada para a redacção da Hertz, o Padre Mário Duarte, em nome do Centro, não poupou nos elogios a todos quantos colaboraram nesta iniciativa: «É frequente ouvir dizer que “de boas ideias está o inferno cheio”. Suspeito que não será tanto de boas ideias mas, antes, de boas ideias mal concretizadas. O que importa é que no Centro Social Paroquial de Além da Ribeira ousámos pôr em prática a ideia do Sopas em Casa. A sequência da realização desta ideia – tão simples, tão boa e tão saborosa – contribui em larga escala para reabilitar a esperança de todos quantos se preocupam com os destinos desta instituição. Foram quatro fins de semana com sabor e fermento que adoçaram o paladar de centenas de pessoas que se uniram a uma mesma causa. Ao levarmos o “almocinho” do domingo a tanta gente, promovemos a comunhão entre aqueles que confeccionaram e distribuíram e aqueles que nos receberam nas suas casas. A uns enchemos a alma do serviço generoso e a outros o estômago da partilha dos bens que Deus nos deu. Esta iniciativa do Sopas em Casa provou que existem pessoas especiais, que adoçam a vida dos outros. Na verdade, existem pessoas que, mesmo sem se darem conta disso, trazem tanta doçura e alegria à nossa vida e à vida de outras pessoas. Chego, uma vez mais, à conclusão de que tenho muito que agradecer a Deus a graça que tenho de viver rodeado de pessoas generosas. Dizem que a crise sanitária, unida à económica, não nos vai deixar tão cedo e não faltam preocupações quanto ao futuro. A ideia do Sopas em Casa, assim como muitos outros exemplos na sociedade portuguesa, é a prova de que muita gente já entendeu tudo isto. Há paróquias, instituições sociais, como a nossa, onde a compaixão e o amor se escrevem com palavras grandes. A hora é de nos movimentarmos para que a esperança daqueles que servimos não morra. Não vale a pena alimentarmos o discurso negativista. Não vale a pena ter um coração sensível à triste sorte dos pobres e dos mais necessitados e não fazer nada por eles. Não basta deixar-nos tocar e comover pela compaixão e permanecermos passivos. É necessária a compaixão activa e é esta que nos move no centro de dia. Rezar pelos pobres e vulneráveis é importante mas não chega. É preciso que a oração e a compaixão nos despertem para a solidariedade, que nos leve a partilhar o que Deus nos dá para benefício de todos. É nossa responsabilidade estarmos atentos às necessidades dos outros. No âmbito estrutural talvez tenhamos que aprofundar a articulação entre assistência social e luta pela justiça social. A promoção da justiça não deixa de ser uma prova de caridade para com as pessoas mais desfavorecidas. Contudo, não se pode ignorar ou esquecer a urgência de resposta imediata. Por outro lado, não se pode dar importância exclusiva à imediatez das respostas, esquecendo os aspectos estruturais dos problemas. Aos nossos governantes, de forma ponderada, inteligente, organizada e estruturada cabe apoiar todas as instituições dinamizadoras de solidariedade.
Solidariedade é, ao mesmo tempo, atitude individual e cultura colectiva, duas dimensões que se devem reforçar mutuamente. Chegou o momento de agradecer:
Aos cerca de 50 elementos que, domingo após domingo, serviram com alegria…
Às centenas de pessoas que, semana após semana, encomendaram os produtos confeccionados no centro de dia. Ao espírito de família que se estabeleceu entre o pessoal do centro de dia e aqueles que nos contactaram, animaram e encorajaram…
Aos que prendaram a nossa instituição com os seus donativos monetários ou em géneros… Aos que se voluntariaram na produção ou no transporte das sopas e afins…
Aos meios de comunicação locais e redes sociais que divulgaram a nossa iniciativa…
Ao “Manel e à Albertina”, dois personagens divertidos que, tão eloquentemente, nos foram “informando” do andamento das sopas… Foi, efectivamente, uma bela experiência. Muito trabalhosa mas marcante na vida dos que dela tomaram parte e na vida do nosso “Jardim da Ternura”. Este enorme esforço, esta nobre causa, este espírito de família, este coração imenso…só podia resultar em algo de positivo e, para nós, excepcional. É com imensa gratidão, a todos aqueles que tomaram parte nesta aventura, que partilhamos convosco os resultados financeiros do Sopas em Casa.
Um agradecimento muito especial à comunidade de Tomar que, em donativos e encomendas, contribuiu com mais de metade da receita: Na verdade, há tanto que agradecer… Obrigado, de coração sincero, em nome de todos os que organizaram e deram a cara e o suor por esta causa. Obrigado a todos os que quiseram comungar desta mesma causa connosco… ». Foto Manuel Subtil