Mais admirado no seu tempo do que Bach, seu amigo e por vezes rival, Telemann, filho de um pastor luterano, acumulava as atividades mais diversas com uma prodigiosa vitalidade. Músico de igreja e músico de teatro, teórico, fundador do primeiro jornal musical e da primeira série de concertos públicos na Alemanha, Telemann compunha com uma extraordinária fecundidade em todos os géneros. A sua obra é inesgotável – uma centena de Oratórios, cerca de 50 Paixões, Cantatas profanas, Óperas, 120 suites para orquestra, obras para cravo, muitas páginas para alaúde, uma centena de Concertos e um número considerável de obras de Música de Camara adaptadas a várias formações instrumentais. É destas últimas que vos damos a conhecer uma seleção, algumas delas incluídas numa série denominada “TafelMusik” (Música de Mesa), sem nenhuma conotação pejorativa, note-se: estas obras destinavam-se prioritariamente a ser executadas ao ar livre, durante banquetes reais. Os intérpretes deste programa, com que iniciamos a segunda temporada de concertos do Templo da Música, em Tomar, são colaboradores habituais da Musicamera e integrantes do Musicamerata Ensemble. Este é o primeiro de dois concertos dedicados, primordialmente, a duas glórias do barroco alemão – Telemann e Haendel.
