Decorreu na passada sexta-feira, no Instituto Politécnico de Tomar (IPT), um importante seminário relativo às conclusões do Projeto de Investigação GEDITEC, desenvolvido pela equipa do Prof. Sérgio Nunes e apoiado pela SOFTINSA (empresa do grupo IBM) e também pelo IPT e Fundação da Ciência e Tecnologia.
Na verdade, cabe reconhecer que, em termos metodológicos, o Projeto em causa revelou-se bastante inovador e pioneiro nos contextos local e regional e, ao mesmo tempo, assentou em princípios bem definidos e estruturados e sobretudo bem fundamentados e quantificados.
Seguidamente, cumpre sublinhar que, em termos organizativos, o referido Projeto partiu do estudo do caso de insucesso registado com a empresa americana DELPHI, nos concelhos de Castelo Branco e Guarda, de modo a antecipar e a perspetivar as melhores condições de enraizamento territorial, industrial, comercial e social da empresa SOFTINSA no concelho de Tomar e região envolvente.
Depois, embora a equipa de investigação esteja a preparar o lançamento de um livro sobre este Projeto (o qual, aliás, será uma excelente “ferramenta” de trabalho nas dimensões académica, económica, sociológica e politica), o mesmo já permitiu concluir que, além dos efeitos indiretos induzidos no nosso tecido económico, cultural e social, o impacto direto (positivo) da SOFTINSA no território nabantino ronda os 2,5 milhões de euros anuais.
Paralelamente, o Prof. Sérgio Nunes apresentou, de forma desagregada, outros indicadores relevantes para Tomar e para a região do Médio Tejo, designadamente os seguintes: os custos que a população residente está disposta a suportar para manter a SOFTINSA; os efeitos multiplicadores da fixação da unidade tecnológica neste território; os níveis salariais dos trabalhadores antes e durante a sua permanência nesta empresa; os impactos na sociedade, na política, na cultura e na restauração por ela provocados e ainda as mais-valias reputacionais originadas por esta unidade da IBM em múltiplos domínios coletivos.
Por outro lado, também o Presidente do IPT, Prof. João Coroado, interveio para sublinhar a importância desta investigação para a instituição que dirige, mas sobretudo para Tomar e o Médio Tejo e, ao mesmo tempo, evidenciou a grande aposta do Politécnico em projetos de investigação aplicada, capazes de contribuírem para a requalificação e modernização dos territórios onde são desenvolvidos.
Por fim, a encerrar os trabalhos, a Presidente da Câmara Municipal de Tomar e da Comunidade do Médio Tejo, Drª Anabela Freitas, aproveitou a oportunidade para salientar um conjunto de mudanças tecnológicas a introduzir, no futuro próximo, em vários sistemas de abastecimento, iluminação e saneamento públicos do nosso concelho, mas sobretudo informou que a autarquia tomarense irá investir, no ano de 2020, cerca de 2 milhões de euros na expansão e valorização da área do Parque Tecnológico, atualmente implantado no campus do IPT.
José Rogério