A saga de Viriato começou em 150 a.C., quando a Ibéria foi entregue ao pretor Galba, que entrou pela Lusitânia dentro com as suas legiões, arrasou o que pôde e depois convocou os bandos lusitanos para consagrar a paz. Compareceram uns trinta mil, incluindo mulheres e crianças, esperançados em melhores dias. Galba discursou, todo sorrisos:
— É a esterilidade dos vossos campos e a vossa pobreza que vos obriga ao latrocínio. Por isso dar-vos-ei novas terras onde podereis trabalhar à vontade. Mas tereis de abandonar as armas.
Os Lusitanos rejubilaram e entregaram as suas armas aos legionários romanos, findo o que Galba perfidamente continuou:
— No entanto compreenderão que preciso de uma garantia de que nunca mais levantarão as armas contra Roma. Por isso, a mão direita dos guerreiros será decepada.
Os Lusitanos tentaram reagir, mas foi tarde. Estavam cercados e desarmados. Num só dia foram trucidados nove mil Lusitanos. Mais de vinte mil mulheres e crianças foram enviados para o mercado de escravos. A terra e os regatos estavam ainda tintos com o sangue dos mortos e já Galba recebia o produto da venda dos cativos.
Alguns lusitanos escaparam, e entre eles estava Viriato.
No fim desse ano, Galba regressou a Roma, onde os seus crimes tinham revoltado até os seus próprios compatriotas, a ponto de o levarem a julgamento perante o Senado. Mas o ouro que roubara na Ibéria chegou-lhe para comprar a absolvição.
Três anos depois, em 147 a.C., e durante sete anos, Viriato vai tornar-se o pesadelo de Roma.
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