Andreia Galvão, directora do Convento de Cristo, aceitou falar para a Hertz na sequência do conjunto de situações relatadas no programa «Sexta às 9», da RTP 1, nomeadamente a denunciada «destruição de património», assim como a polémica em torno da bilheteira do Monumento e ainda a acusação de que estaria a utilizar funcionários do Convento para a realização de obras em propriedades da sua pertença. E foi precisamente no Convento que a reportagem da Hertz foi recebida. Andreia Galvão não escondeu alguma emoção na altura em que foi confrontada com os cenários denunciados, garantindo total inocência nas acusações em que é visada, não hesitando, ainda, em colocar-se do lado dos funcionários do Monumento, que catalogou como «uma verdadeira equipa».
Antes de responder às questões da Hertz, Andreia Galvão quis ler um pequeno texto, que justificou como uma «explicação aos tomarenses» perante «afirmações graves proferidas por pessoas escondidas sob o anonimato». Questionada, depois, pela Hertz, a directora do Convento de Cristo começou por responder à polémica em torno da venda de bilhetes e do suposto aproveitamento que alguns funcionários concretizam em proveito próprio, conforme foi denunciado no «Sexta às 9». Andreia Galvão reforçou a confiança nessas pessoas.
Como não podia deixar de ser, a reportagem da Hertz percorreu os locais onde foi denunciada a destruição de parte do Convento. No Claustro principal, verificámos a quebra de dois fragmentos de suporte de colunas na ordem dos quarenta centímetros, sendo que no Claustro da Hospedaria, por sua vez, também houve quebra de pedras, nomeadamente nos canteiros. No total, está em causa um arranjo que irá custar cerca de três mil euros, suportado pelo seguro da produtora do filme «O homem que matou D. Quixote». Quanto às árvores que estavam neste mesmo local, ficou a garantia de que as mesmas iriam ser cortadas em Dezembro e isso só não foi feito a pedido da produtora. Depois de terminada a filmagem, aconteceu, assim, o abate previsto. Para tentar enquadrar, então, esta questão do património e em torno dos estragos verificados no Convento, a Hertz falou com Álvaro Barbosa, conservador, que – e aqui começando pelo fim da entrevista – garantiu que nunca pretendeu desvalorizar o que aconteceu no Convento, recuando trinta anos até à altura precisa em que começou a trabalhar no Monumento. E não escondeu alguma emoção. Quanto aos estragos pós-filmagens, a Hertz questionou Álvaro Barbosa sobre se deveria ter havido mais cuidado da produção ou se as pedras partidas foram contingências normais á rodagem de um filme.