Agora sim, é certo: os consumidores de Tomar irão ver a sua ‘fatura da água’ aumentar em 22%, um acréscimo que se deverá fazer sentir já a partir deste mês de Agosto. Assim decidiu a maioria do Partido Socialista na Assembleia Municipal, que contou com a abstenção do Partido Social-Democrata para que este tarifário possa ser uma realidade. Os Independentes do Nordeste também optaram pela abstenção, enquanto CDU, ‘Chega’ e CDS se mostraram contra a atualização de preços. Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, apresentou os números com que os consumidores se irão deparar em breve, tendo por base um média de consumo mensal de 10 metros cúbicos. Ou seja, a água vai subir 2,81 euros; no saneamento esse valor cifra-se no 1,70 ao passo que os resíduos encarecem 30 cêntimos:
Outra das alterações em vista tem a ver com o facto de quem não tem saneamento e recorre a fossas… passar a pagar esse mesmo saneamento. Como contrapartida, a ‘Tejo Ambiente’ terá que despejar as fossas todas as vezes que forem necessárias:
A propósito desta possível taxa que será imposta a quem não tem saneamento, Paulo Mendes, do Bloco de Esquerda, recordou que – no contrato assinado – a limpeza de fossas está consagrada como serviço gratuito. O eleito duvida da capacidade da ‘Tejo Ambiente’ em dar sequência ao avolumar deste serviço.
O Estudo de Viabilidade Económico-Financeira foi, então, objeto de revisão nesta Assembleia Municipal e isto porque o anterior documento tinha um conjunto de erros que, está visto, condicionaram o futuro da ‘Tejo Ambiente’. A empresa que elaborou esse estudo baseou-se, por exemplo, em preços de 2016 quando deveria ter tido em consideração valores de 2018; a empresa em causa estimou que a ‘Tejo Ambiente’ iria pagar 6,5 milhões de euros às entidades em alta… quando foram 7,9 milhões; o estudo apontava, ainda, para um IVA de 6% nas obras… quando esse valor era de 23%; entre outras falhas que, agora, se refletem nesta necessidade de aumentar tarifas. Mas a verdade é que apesar destes erros, é a mesma empresa que fez, agora, este novo Estudo de Viabilidade Económico-Financeira, cenário que suscitou duras críticas da oposição. Foi o caso de Francisco Tavares, eleito do CDS, que não escondeu a sua «irritação», colocando mesmo em causa a credibilidade da citada empresa:
A posição do Partido Social-Democrata, que então se absteve, foi a grande surpresa da noite. João Tenreiro, eleito do PSD, não escondeu o desconforto pelo sentido de voto e disse estar mesmo de «mãos presas», justificando-o com «sentido de responsabilidade»:
Américo Pereira, dos Independentes pelo Nordeste, disse que a ‘Tejo Ambiente’ «nasceu torta», fruto de «dados viciados», recorrendo ao primeiro parecer da ERSAR, que «é arrasador»:
A CDU, tal como sublinhado, votou contra. O eleito Bruno Graça criticou um estudo que «se limita a repartir prejuízos pelos consumidores», alertando mesmo para a possibilidade de nova subida de tarifas «dentro de cinco meses». Bruno Graça pede a saída do Município de Tomar da empresa ‘Tejo Ambiente’:
Américo Costa, do ‘Chega!’, acusa a ‘Tejo Ambiente’ de «iludir os clientes», dando como exemplo o aluguer do contador, considerado como «ilegal»: