TOMAR – Está a ser colocado um novo relvado no Parque do Mouchão. Segue-se a calçada no troço central. Arquitetos Paisagistas pedem «suspensão imediata» da obra

Já começou a requalificação do Parque do Mouchão. Nas últimas horas estão em marcha os trabalhos previstos, desde logo o enchimento da placa central, com a colocação de novos tapetes de relva, «com criação de faixas com três metros de largura entre os arruamentos e a placa central, revestidas a carrasca de pinho, como medida de controlo de infestantes», tal como foi adiantado pela autarquia em recente esclarecimento enviado para a redação da Hertz. Também nesta altura está em curso o alisamento do arruamento central do Mouchão, que terá revestimento superficial com calçada grossa em calcário, «dando continuidade e ligando o pavimento já existente na zona da ponte à frente da Estalagem de Santa Iria», projetou o Município no mencionado comunicado. Recorde-se, depois, será feita «a montagem de um troço de aproximadamente 30 metros de calheiro em pedra, que vai receber a água do calheiro real da Roda e transportando-a até ao que seria o seu destino final, as hortas ou pomares».
Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas pede «suspensão imediata da obra» – Entretanto, sobre esta obra, registo para a recente tomada de posição da Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas, que pretende «alertar para os impactos negativos potenciais desta intervenção», considerando, desde logo que. o local da intervenção «encontra-se inserido em zona classificada como ameaçada por cheia, o que impõe a manutenção da permeabilidade do solo e a necessidade de parecer da Agência Portuguesa do Ambiente», reforçando, ainda, que a zona «integra a Estrutura Ecológica Municipal Estratégica, onde apenas são admitidas intervenções compatíveis com a proteção dos sistemas ecológicos». A APAP diz «não se opor a soluções técnicas devidamente fundamentadas», mas reafirma que, no estado atual da informação disponível, «a proposta em curso para o Mouchão é tecnicamente questionável, juridicamente frágil e ambientalmente arriscada», apelando, dessa forma, à suspensão imediata da empreitada.

Este tem sido um assunto com ‘pano para mangas’. Ainda em recente reunião do executivo, o Partido Social-Democrata pediu explicações. Lurdes Ferromau, vereadora, advertiu que o Mouchão «é de todos»:
Importa, também, recordar a resposta de Hugo Cristóvão, presidente da Câmara de Tomar, que garantiu que a colocação de calçada «é algo que tem sido pedido por muitas pessoas»:

