O MS-ID de Tomar (Mulheres Socialista, Igualdade e Direitos), em comunicado enviado para a redacção da Hertz, antecipa mais um Dia Internacional da Mulher que, refira-se, se assinala nesta segunda-feira, dia 8 de Março. Eis o teor do texto, na íntegra: «O dia 8 de março, dia em que se celebra o dia internacional da mulher e que muitas mulheres gostam de celebrar com jantares e mensagens de felicitações umas às outras, fruto da visão mercantilista da sociedade, mas é importante recordar que esta “celebração” teve origem numa enorme chacina de 130 mulheres, numa fábrica têxtil nova-iorquina, à data de 1857. Sinceramente, preferíamos que este dia nem sequer existisse, que já não fizesse sentido, ou que fosse apenas uma marca do passado. Ora vejamos, o facto de ainda se assinalar este dia, não é por si só um fator discriminatório?! Ou serve para relembrar às mulheres que a tão almejada igualdade ainda está longe de estar subjacente na nossa sociedade?! Neste contexto pandémico que vivemos com a expansão do teletrabalho e as dificuldades inerentes da conciliação familiar não se terão aumentado muitas desigualdades? Contudo não olvidamos que após muitas batalhas, audácia e a coragem de muitas mulheres, conseguimos finalmente ir afirmando o nosso lugar na sociedade! E tantas foram as audazes ao longo da nossa história… Que este dia seja em honra dessas guerreiras inconformadas e resilientes, que sejam elas, a nossa fonte de inspiração para continuar esta luta. É de lamentar que a nossa sociedade ainda seja tão machista e preconceituosa, que de forma discriminatória continua a despedir mulheres por estas engravidarem ou por serem vistas como “menos capazes” comparativamente aos homens. Não são o género, a crença ou até a preferência sexual que definem a capacidade uma pessoa. Mas assistimos a atravessar uma realidade deveras curiosa, realidade esta onde alguns homens já reconhecem a mulher como um ser igual a eles em direitos e obrigações, todavia constatamos que as próprias mulheres estão a revelar-se, elas próprias machistas, fruto de uma educação e cultura por vezes muito enraizada, inferiorizando-se e duvidando elas próprias da sua capacidade. Esta realidade é uma consequência do machismo que ainda perdura, por parte de ambos os sexos e este feminismo surge, como escudo de defesa e também da persistência das mulheres em afirmaram o seu papel na sociedade, demonstrando que em nada são o sexo fraco!! Não encaramos o feminismo como um movimento extremista de mulheres que se acham superiores aos homens, mas sim que lutam em prol da igualdade e de uma sociedade mais justa. Não podíamos deixar de fazer alusão à mulher no mundo da política, onde a mulher sempre se deparou com inúmeros entraves, pelo simples facto de ser mulher, tendo um trabalho por vezes mais árduo para se afirmar. As mulheres sempre lutaram pela sua emancipação, pela igualdade de direitos, por um papel ativo na sociedade, por igualdade de oportunidades e por coisas tão simples e tão importantes, como pelo direito ao voto, que só foi conquistado após o 25 de Abril 1974 e que hoje tantas desprezam. Ainda hoje encontramos tantas desigualdades, a batalha está longe de estar terminada, temos de continuar a luta… por isso preferíamos que este dia já não fizesse sentido. Só podemos mudar o Mundo, depois de mudarmos as mentalidades. Nós continuaremos todos os dias a lutar por mais igualdade! A mudança está em todos nós».