Depois das notícias divulgadas pela Hertz no mês de maio e início de setembro, as quais foram sempre desmentidas pela porta-voz do Conselho de Administração do CHMT, agora está confirmado que as populações dos concelhos de Tomar, Alvaiázere, Ferreira do Zêzere e Ourém vão mesmo perder, a partir do mês de outubro, os cuidados de Pneumologia Oncológica que lhes eram prestados, há vários anos, no Hospital de Tomar.
Na verdade, segundo informações obtidas pela redação da Hertz, está em curso uma reorganização das atividades de Pneumologia do CHMT, a qual vai colocar em causa a assistência hospitalar dispensada aos doentes com patologia oncológica pulmonar na unidade de Tomar, de modo a concentrar as consultas e os tratamentos de quimioterapia na unidade de Torres Novas. De facto, ao contrário do que foi assumido pela porta-voz do Conselho de Administração do CHMT, a partir do mês de outubro todas as atividades de Pneumologia Oncológica serão transferidas para Torres Novas, o que irá provocar aos doentes e familiares de Tomar e dos concelhos limítrofes um acréscimo de despesas (em ambulâncias e transportes públicos) e também um aumento dos tempos de espera das consultas e tratamentos.
Por outro lado, a concretização destas medidas irá traduzir uma desigualdade de acesso dos doentes do foro respiratório oncológico face aos doentes com outras patologias (por exemplo: cardiologia, reumatologia, gastroenterologia, medicina interna, etc.), pois estes beneficiam de um acompanhamento médico e terapêutico de maior proximidade.
Deste modo, após os sucessivos desmembramentos do Hospital de Tomar, a partir do próximo mês todos os habitantes dos concelhos em causa irão assistir a mais um esvaziamento de atividades do Hospital N. Sª da Graça, desencadeado em nome da famigerada “racionalização e reorganização” das atividades do Centro Hospitalar do Médio Tejo – assim, resta perguntar até quando as populações e as autarquias de Tomar e dos concelhos visados irão tolerar esta situação?
Importa sublinhar que a Hertz já endereçou um pedido de esclarecimentos ao Centro Hospitalar do Médio Tejo mas até agora ainda não chegou qualquer resposta.
