No momento em que, por todo o mundo, milhões de pessoas protestam e fazem greves pelo clima e defesa do planeta, o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) promoveu, na passada quinta- feira, um oportuno colóquio de apresentação das conclusões do Projeto de Investigação “CLIM RISK”, o qual assenta num consórcio formado pelos Politécnicos de Tomar, Leiria e Castelo Branco e pelas autarquias de Ourém e Ferreira do Zêzere.
De facto, dentro dos limites geográficos dos seus territórios, os investigadores deste Projeto, coordenados pela Profª Cristina Andrade dedicaram-se, especificamente, às seguintes áreas temáticas: o clima, a meteorologia, o ambiente e hidrologia, a erosão costeira, a floresta, a biodiversidade, entre outras.
Depois, a equipa de investigação deste consórcio elegeu, como objetivo central, apostar em medidas de adaptação e mitigação das alterações climáticas e, ao mesmo tempo, estabeleceu outros objetivos adicionais: avaliar os riscos naturais e ambientais das zonas estudadas; analisar cenários de alterações climáticas e os riscos a elas associados; promover debates com múltiplos atores educativos, políticos, económicos e sociais das regiões onde decorrem as investigações.
De imediato, de forma objetiva e organizada, a Profª Cristina Andrade explanou vários resultados apurados nas investigações, suportados em modelos e séries temporais que desagregam “quase tudo” até 2041-2070, tendo alertado para diversas conclusões: aumento da temperatura média em todas as estações do ano, originando ondas de calor e secas severas; diminuição global da humidade e precipitação, articulada com períodos de chuva intensa e inundações; predominância de ventos fortes, sobretudo nas zonas mais elevadas e/ou montanhosas; erosão costeira, mais evidenciada nas praias de Figueira da Foz, Pedrogão, Vieira, S. Pedro de Moel e Nazaré; troços dos rios Lis e Nabão com severas modificações humanas que degradam as suas águas e margens; elevado risco de incêndio florestal nos concelhos de Ferreira do Zêzere, Vila de Rei, Sardoal, Mação, Abrantes, Proença-a-Nova e Oleiros; e ainda grande propensão para a ocorrência de fenómenos extremos descontrolados.
Seguidamente, decorreu um interessante e diversificado debate com os participantes/assistentes neste colóquio, moderado pela conhecida jornalista tomarense Ana Felício, onde foram discutidas praticamente todas as problemáticas abordadas, sempre com preocupações muito latentes nos domínios da sustentabilidade, da adaptação às mudanças climáticas e da preservação do meio ambiente.
Neste contexto, destacaram-se as intervenções dos Presidentes dos Politécnicos de Tomar e Leiria, respetivamente Prof. João Coroado e Prof. Rui Pedrosa, os quais salientaram os excelentes contributos dados pelo CLIM RISK (tal como por outros projetos de investigação aplicada) para as suas instituições e, sobretudo, para a sensibilização das comunidades e populações onde estão integradas, mas também sublinharam a urgência em adotar medidas e soluções corretivas e/ou mitigadoras, já que as alterações climáticas e a vida do planeta não podem suportar mais demoras nem adiamentos.
José Rogério