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TOMAR – CIRE continua no centro da polémica. PSD lança duras críticas a Hugo Cristóvão. PS fala em «tentativa de manipulação» e de «falta à verdade»

O Centro de Integração e Reabilitação de Tomar continua na base da polémica que tem marcado a atualidade nabantina nos últimos dias. Recorde-se que, em recente reunião de Câmara, o vice-presidente Hugo Cristóvão acusou a direção daquela instituição de «má-fé», justificando-se com o facto de o CIRE ter avançado para a posse, por usucapião, dos terrenos onde se situam as antigas instalações, na avenida D. Maria II. Algumas horas depois, as dirigentes Célia Bonet e Ana Palmeiro Calado responderam a Hugo Cristóvão, assegurando que os citados terrenos não tinham proprietário e como o CIRE ocupa aquele espaço há cerca de 45 anos, entende-se por bem avançar para a tomada de posse, situação que – ficou essa garantia – tinha sido comunicada ao vice-presidente da autarquia. O processo conheceu, agora, novos intervenientes, neste caso as Concelhias de Tomar do PSD e do PS, que já trocaram acusações. Começou o Partido Social-Democrata, que classificou como «preocupante que a Câmara Municipal, por ordem de Hugo Cristóvão, tenha decidido parar as obras de recuperação das instalações do CIRE», acrescentando que «pelas declarações do Vice-Presidente» é feita a dedução de que «foi retaliação ao processo de legalização da propriedade do terreno onde aquela instituição tem as suas instalações». O PSD diz mesmo que «é mais uma “birra”» de Hugo Cristóvão, que «não enxerga que a sua atitude leviana está a prejudicar os utentes do CIRE e de todas as instituições e famílias que a ele estão ligados».

Eis o restante teor do comunicado:

«A falta de atenção e de diálogo por parte da Câmara Municipal continua em patamares excessivos assim como a arrogância do seu Vice-Presidente. Exige-se ao cidadão que conheça legislação e regulamentos públicos, mas a Câmara e o seu Vice-Presidente querem ignorar um anúncio do CIRE, em Dezembro, que tornou público o processo de legalização da propriedade do terreno. As “birras” arrogantes, as faltas de diálogo e de atenção, e a prepotência, não podem vingar na administração dos assuntos públicos em Tomar. O Vice-presidente precisa de aprender que a gestão camarária privilegia o interesse coletivo e não os caprichos egoístas e partidários de alguns. Exigimos noção de responsabilidade à Câmara Municipal e que cumpra com aquilo que se compromete. A bem dos utentes do CIRE, exigimos a conclusão das obras a fim de evitar mais prejuízos para a instituição».

Entretanto, já houve reação da Concelhia de Tomar do Partido Socialista, que classificou o comunicado do PSD como «bizarro». Neste texto, o PS «lamenta a falta de respeito e civilidade na forma, da linguagem e no conteúdo, e lamenta que isso contribua para generalização da má imagem da política e dos políticos. Não, não são todos iguais!», garante o comunicado onde, de seguida, se «lamenta a partidarização notória por parte do PSD, e assim, a tentativa de aproveitamento partidário em torno duma associação, no caso o CIRE. A instituição, os seus utentes e funcionários não o merecem». Os socialistas sublinham, ainda que «os seus eleitos sempre trataram todas as associações com equidade, disponibilidade e boa-fé, como é público e notório, incluindo como também é notório, o CIRE».

Eis o restante teor do comunicado:

«O PS lamenta o uso de argumentos falaciosos e a tentativa de desviar as atenções daquilo que está verdadeiramente em causa: responsabilidades formais e legais. O PS lamenta que o PSD pareça esquecer que tem autarcas eleitos, e que todos os autarcas bem como os detentores de cargos públicos em geral têm por obrigação defender o interesse público e coletivo acima de qualquer instituição, sob pena de responsabilidades legais, administrativas, financeiras e políticas. O PS lamenta o contínuo e crescendo uso de personalização e de insulto no discurso político, bem como os ataques dirigidos ao Vice-presidente da câmara que, como é fácil perceber, o PSD definiu como estratégia desde o início deste mandato. O PS lamenta a sobranceria, a tentativa de manipulação, a falta à verdade e a tentativa de trazer a discussão e ação política para o lamaçal, mas não entra nele. O PS lamenta e afasta-se deste tipo de atuação por parte de responsáveis políticos, continuando através dos seus eleitos focado naquilo que aos cidadãos importa. Trabalhar para resolver problemas todos os dias, trabalhar positivamente para fazer avançar a comunidade, trabalhar com afinco e seriedade para, em pequenas medidas ou em grandes projetos, melhorar a vida de todos e cada um».