Um cortejo dos tabuleiros é uma festa popular (do povo) mas não popularucha!
Segundo o site “noticia pt” A Casa do Concelho de Tomar e a Associação de Comerciantes de Alvalade em conjunto com a Junta de Freguesia de Alvalade, promoveram no passado dia 9 uma Mostra de Produtos Tomarenses em Lisboa.
Decorreu em Lisboa a apresentação de produtos Tomarenses, mel, frutos silvestres e vermelhos, vinhos, doces, fumeiro, e dos tradicionais e emblemáticos pares de Tabuleiros bem representativos da Festa dos Tabuleiros. Foi um dia em que Tomar invadiu a capital com produtos e a sua Festa.
A mostra ocorreu no dia 9 Setembro, integrada na iniciativa “Há Vida no Bairro” alegrando e enchendo a Avenida de Roma, a Praça de Alvalade, a Avenida da Igreja e as ruas adjacentes daquela zona Lisboeta.
O evento contou ainda com um Mercado Stock Out e um Peddy Paper”
Mas que falta de verdade e rigor, pois bastaria ver as fotos publicadas por Carlos Piedade Silva no facebook, os produtores de Tomar estiveram, mas faltou o público. O evento não foi visto por 50 pessoas!
Depois falando com os produtores presentes, a desilusão foi total, pois nem para a portagem fizeram dinheiro nas vendas, ou seja foi uma perda de tempo e redundante prejuízo.
Não estive presente, mas vivendo no Bairro de Alvalade – há mais de 30 anos, tirando a Avenida da Igreja a determinadas horas e o Mercado de Alvalade, o resto são ruas desertas de muita gente que mora, na sua grande maioria idosos, mas que para sair à rua têm que ter motivos para tal e motivos não havia, como da parte da Junta e do seu presidente André Caldas e cujo tesoureiro eleito é Tomarense. A Casa de Tomar tem pergaminhos históricos e uma tradição e estatuto que não devia “alinhar” em convites que nenhuma mais valia trazem a Tomar. Mas pior que a falta de público, nesta mostra, alguém se lembrou, certamente por outras direcções da CASA de TOMAR o terem feito, de promover um desfile de meia dúzia de tabuleiros, que não faziam o menor sentido – a dois anos da festa grande, e pior, o desfile tinha na sua frente uma senhora transportando a “Coroa do Espírito Santo”
Ao que se chegou!
Jamais alguém o fez ou teve essa ideia e numa festa que se quer trabalhar na candidatura a Património Imaterial da Unesco e com candidatura conjunta com Alenquer e Açores, levar o “símbolo máximo sagrado e da festa” num desfile pelas ruas de Lisboa, nunca mais pode acontecer!
Que se promova a festa em anos de festa, antes da mesma em determinados eventos ou situações! Que se leve aos Açores um tabuleiro e se faça a montagem, que se desfile com o ícone tomarense em determinados contextos. Mas jamais com “Coroas ou pendões do Espírito Santo” que isso tem “palco” – as ruas de Tomar e só e só em Tomar, em ano de festa, depois de escolhido pelo povo o mordomo e a partir do Domingo de Páscoa do ano em que se realiza festa – a saída solene das Coroas!
Podem estar tabuleiros expostos, como ícone e símbolo bem tomarense, mas desfiles avulsos, popularuchos, vai matar a festa e impedir uma candidatura e sua aprovação. Não brinquemos!
A Festa Grande tomarense não tem “ donos” mas ainda tem até nova eleição de um mordomo – João Vital – que nada disto soube e que até faz parte da Assembleia Geral desta Casa de Tomar eleita e em funções. Nada soube, não foi consultado, pois teria por prudência e logo dito – Não! E não lhe chamemos “Velho do Restelo” Há as tradições herdadas e o ser assim!
Tomar para promover os seus produtos regionais e produtores em Lisboa, não necessita destas acções. Bem basta à festa dos Tabuleiros, em algumas procissões religiosas pelo concelho, ver os tabuleiros com bolos em vez de pão e em procissões ir juntamente com fogaças.
O rigor exige-se! A genuidade e tradição deve imperar!
Ser popular e uma festa do povo, não é ser popularucho e aqui as culpas e responsabilidade devem ser pedidas ao presidente da Casa de Tomar – Carlos Galinha e de quantos tiveram uma ideia, aceitando um desafio de uma junta, que queria ser noticia – a junta de Alvalade, divulga como um grande evento o que não passou de uma “fandangada”.
Oxalá os agentes económicos de Tomar, os produtos regionais e o que de bom que temos seja agora melhor promovido no MERCADO DE ALVALADE dia 18 de Novembro como contrapartida ao “logro” do dia 9 Setembro.
António Freitas