Uma cidadã tomarense sofreu um grave acidente na escadaria da Escola EB 1 dos Templários, junto do Tribunal, numa altura em que ia exercer o seu direito de voto nas eleições Legislativas. Aconteceu em Outubro último. Sandra Sousa, a sua filha, assegurou à Hertz que a senhora foi prejudicada com a presença de uma chapa que, pretensamente, estaria a servir de rampa de acesso para pessoas com mobilidade reduzida. A queda aconteceu e resultou num corte numa perna, que obrigou à suturação com quinze pontos, e ainda em… dois braços partidos. Quase dois meses depois, a vítima deste acidente está, agora, dependente de quem lhe é próximo, sendo que os principais cuidados estão a ser prestados num centro de dia. Sandra Sousa, entrevistada pela Hertz, quer que se faça justiça em virtude do que aconteceu com a sua mãe e dirige duras críticas à forma como a Câmara Municipal de Tomar tem respondido às suas solicitações. A cidadã diz que a autarquia está a demonstrar «falta de humanidade e de solidariedade»: «Queixo-me face à falta de respeito que a Câmara de Tomar demonstrou com este caso… A minha mãe caiu num edifício público e a fazer um acto cívico. Nunca pedi dinheiro à Câmara. Apenas pedi para que me ajudassem para que a minha mãe pudesse ter a melhor recuperação possível visto que igual ela nunca mais vai ficar… Só pedi para que accionassem um seguro de responsabilidade civil para que ela pudesse ter fisioterapia, que pudesse ter os melhores cuidados mas a Câmara até à data… Nesta segunda-feira, finalmente, consegui falar com o vereador Hugo Cristóvão, que me disse que a Câmara não possui seguro de responsabilidade civil e que não tinha como pagar nada. A minha mãe está num centro de dia porque está totalmente dependente pois tem os dois braços partidos e uma perna cortada… e até foi mal cuidada nos hospitais mas isso é outro assunto. Neste momento, a minha mãe não pode estar em casa porque eu trabalho, o meu marido trabalha e tenho dois filhos pequenos. Todas as pessoas com quem falei, inclusivamente da Junta de Freguesia, me disseram que em cima dos degraus de acesso à Escola estaria uma chapa, que nem deveria estar lixada e aparada porque cortou a perna da minha mãe e ela teve que “levar” quinze pontos. E esta chapa “estava a fingir” que era uma rampa de acesso para pessoas com mobilidade reduzida. Mas para ser uma rampa de acesso tinha que estar fixa, tinha que ter sinalização e um corrimão mas não tinha nada disso. Depois da atitude de desrespeito, de falta de humanidade, de solidariedade, de tudo, que a Câmara de Tomar teve neste caso, estou disposta a ir até às últimas consequências. Vou para Tribunal».
Hertz obteve resposta – A nossa redacção contactou fonte dos serviços jurídicos da Câmara Municipal de Tomar e pediu esclarecimentos sobre estes lamentos de Sandra Sousa. A mesma fonte confirmou-nos que a autarquia «não possuiu seguro que cubra estas situações», sublinhando que «só um tribunal pode determinaruma eventual responsabilidade do Município nesta matéria» uma vez que, por outro lado, reforçou, «não haveria justificação para qualquer verba que seja destinada a ajudar» na recuperação da cidadã. A mesma fonte disse compreender a posição da cidadã afectada e «lamenta o sucedido» mas sublinha a necessidade de a autarquia «agir de acordo com a Lei».