Após um 1º ciclo de exposições em Fotografia e Território, ciclo nascido dentro do período conturbado da pandemia Covid 19, não obstante confirmou-se que o Centro de Estudos em Fotografia de Tomar poderia ter um contributo valioso no mosaico da oferta cultural tomarense, não só porque desenvolve a sua atividade num edifício cuja reconstrução mereceu premiação de arquitetura notável – a Casa dos Cubos, mas também pela regularidade e qualidade que conseguiu imprimir à programação que ofereceu aos públicos que nos visitam durante esse primeiro ano. O Ciclo expositivo de 2022 abre, no dia 2 de abril, pelas 15h00, na Casa dos Cubos, em Tomar, com as propostas de dois artistas estrangeiros, ambos sediados em Portugal, relembrando que esta iniciativa do CEFT diz respeito à fotografia feita sobre, Portugal, independentemente da nacionalidade do artista. Ambos os autores trazem junto do público questões que aprofundam e intersetam questões da paisagem e do território nas suas desmultiplicações e implicações, económicas, sociais, artísticas, culturais e políticas. Ambos os projetos burilam sobre zonas contíguas, territoriais e conceptuais, ainda que em modos e formatos algo distintos: Stefano Martini, apresenta um trabalho, premiado na recente edição da Bienal de Vila Franca, Riviera, onde aborda a Margem Sul, na periferia de Lisboa. O italiano Sebastiano Raimondo estabelece um trajeto de circulação e ligação através do título que escolhe para a sua exposição: Uma ponte – Lisboa 2009/2012, que como o próprio nome indica explora Lisboa e a sua circunscrição. Ambos os projetos parecem apontar para uma cartografia instável do território urbano, a cidade enquanto expressão social e territorial do espaço público, que no entanto se desterritorializa, se instabiliza, se liquidifica, uma palavra profícua também pelo Tejo em fundo, que comparece nalgumas destas imagens.