A riqueza do Caminho de Santiago está nas pessoas que o percorrem. E são cada vez mais, mesmo neste tórrido mês de Agosto. É usual questionar os peregrinos acerca da sua nacionalidade. Uns são franceses, outros ingleses, alemães, espanhóis, polacos, americanos ou portugueses. A segunda questão é quantos dias tem nas pernas partindo de Lisboa do Km zero na zona da Graça. Mas encontrar um peregrino já com 19 dias nas canetas, um pouco mais que os habituais 6/7 dias que levam de Lisboa, leva a outra questão- estiveste parado uns dias? Essa questão foi colocada a um jovem peregrino da escócia que neste domingo ia 6 de Setembro deixava o concelho de Tomar e na ponta romana de Ceras ia entrar no vizinho concelho de Ferreira do Zêzere, rumo à pernoite em Alvaiázere. E referiu, parti da Ponta de Sagres que o caminho português aí se inicia. Ou seja estava com meio milhar de quilómetros nas pernas, repartidos pelos 19 dias e contou : “Sou Thomas Furness, nascido na escócia e inicie a etapa em Sagres, passeio por Lisboa, e em Vale de Santarém rumei a Fátima, passando depois por Tomar. Comecei a caminhada em 19 de Julho”. Os carimbos na credencial do peregrino que mostrou não deixavam margens para dúvidas, Alentejo pelo Litoral eram vários os carimbos e o do dia 29 de Julho era do Patriarcado de Lisboa e de 2 de Agosto do Santuário de Fátima onde esteve dois dias. “parei dois dias em Fátima é um sítio de uma religiosidade que não conhecia nem jamais tinha visto e conheço Lourdes e Roma”
Faltarão ou faltavam-lhe mais 430 Km para chegar a Santiago e aí quando o for receber a sua “Compostela” terá percorrido cerca de 900 Km, em 30 dias, uma média diária de 30 Km. Refere que a sinalização é boa, embora em Tomar, onde pernoitou nos Hostel, a mesma é confusa e de difícil encontro – confusa quando manda o peregrino para dois locais diferentes. Certamente estava-se a referir às setas na Egas Moniz, onde uma seta manda pelo açude pedra e a outra a menos de 10 metros pela Ponte de Peniche via Choromela e não refere que vai dar o mesmo sítio que como já se disse pela “ponte da Vala é um perigo que irá resultar em acidentes graves, dado a Junta se ter limitado a colocar os marcos com os azulejos e as setas e o carreiro, perpendicular à vala doa fábrica da Fiação, presta-se a quedas em ravinas e é muito estreito apesar de rústico e belo. A mania de meter só sinalização e não ver que em caso de acidente a Câmara e Junta Urbana podem ser responsabilizadas. Nenhum aviso está afixado e não se mandam peregrinos para estes perigos! Registada a foto e obtido o endereço de mail para enviar a reportagem – Thomas Furness pode se considerar dos poucos peregrinos que fizeram o caminho português na totalidade. António Freitas