Depois de divergências entre a presidente da Câmara de Tomar e a oposição – entenda-se PSD e Independentes – ficou aprovado, por maioria, que a autarquia nabantina preste apoio a quem mais sofreu financeiramente com o incêndio de Julho último que, recorde-se, atingiu não só o concelho de Tomar mas também de Constância, Vila Nova da Barquinha e Abrantes. A proposta, da autoria dos Independentes, prevê essa ajuda. O vereador Pedro Marques referiu que a Câmara tem obrigação de ser um parceiro neste género de situações, numa análise onde aproveitou, ainda, para deixar alguns reparos à forma como o combate a esse incêndio foi delineado: «Sem colocar em causa quem tem experiência e, no briefing, disse que o fogo estava controlado e depois ficou descontrolado… mas uma coisa é certa: o fogo segue sempre o mesmo caminho. E se assim é porque é que não existiram meios na freguesia de Asseiceira? Se apontar o dedo seja a quem for, exigimos que se tomem medidas. Há que ouvir as populações, que vivem isto e são quem mais sofre. O cidadão anónimo é quem mais sofre. Para além disso, tem que ser feito um levantamento objectivo dos prejuízos, com pessoas que podem ter perdido os postos de trabalho. A Câmara tem que ser um parceiro para que estas situações sejam minoradas, até porque alguns destes prejuízos nem estão cobertos pelos seguros, em alguns casos por indisponibilidade das seguradoras».
No período mais “acalorado” de discussão, Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, sublinhou que o Município não podia assumir um apoio financeiro aos mais prejudicados referindo que esse cenário seria «abrir um precedente»: «A Câmara Municipal não pode assumir um apoio financeiro. Uma coisa seria estarmos a falar de habitação permanente, mas até isso seria discutível, ainda que a autarquia deva estar ao lado de quem perdeu os seus bens ou ficou com os mesmos danificados. Não foi decretado estado de calamidade mas, mesmo assim, será feita uma sensibilização à Secretaria de Estado e dizer-lhe que há pessoas prejudicadas e que precisam de apoio. A Câmara deve estar ao lado para ir com essas pessoas junto de algumas entidades. Mas pagar um apoio financeiro seria abrir um precedente».
Apesar da diferença de opinião, a proposta acabou por ser aprovada por maioria, sendo que a autarquia irá, desta forma, disponibilizar meios financeiros que minimizem os prejuízos das pessoas mais atingidas com os efeitos do referido incêndio sendo que, a este propósito, ainda será feito o levantamento de todos esses dados.