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TOMAR – Câmara admite que «não tinha a noção da gravidade em que se encontrava» o Açude da Marianaia

«Construído em 1839 para condução das águas do rio à fábrica de papel adjacente, o açude de Marianaia deixou de ser conservado com a extinção e abandono da fábrica, tendo atingido um elevado estado de degradação, com a cedência de vários troços do paredão, crescimento de árvores e arbustos no interior do mesmo ou o desaparecimento das comportas, entre outros problemas estruturais. Embora não sendo da responsabilidade do Município de Tomar a sua gestão e conservação, não se podia todavia, ignorar a importante função que o mesmo desempenha na regularização do caudal do rio e na criação de um espelho de água, fundamental na gestão do regadio dos campos agrícolas das margens do rio». Foi desta forma que a Câmara nabantina começou por justificar a intervenção no Açude da Marianaia, admitindo, no mesmo texto, que «não tinha a noção da gravidade em que se encontrava o açude, cujas patologias obrigavam a uma imediata intervenção de estabilização do paredão, sob pena do mesmo colapsar num próximo inverno mais rigoroso».

«Como medidas interventivas, e recuperando o tradicional método construtivo dos açudes, foi executada uma estacaria em madeira de pinho verde, cravada a montante e a jusante do paredão e encabeçada com maciço de betão, de forma a evitar o escorregamento, por força da corrente, dos troços do açude que se encontravam soltos. Interiormente e para reparar as zonas fraturadas do paredão, com o preenchimento dos vazios, foi efetuada uma injeção de betão de elevada resistência. Para a regularização dos caudais afluentes, e permitir a periódica limpeza do leito do rio, bem como a remoção de árvores, troncos e outros obstáculos transportados pela corrente, foi instalada uma nova comporta metálica, acionada através de fuso em varão roscado. De forma a mitigar os efeitos negativos da fragmentação dos habitats, e permitir a livre passagem da ictiofauna, foi construída uma escada de peixes», refere o mesmo esclarecimento.

«Com base em literatura técnica e recomendações do ICNF na construção de estruturas similares em vários cursos de água no país, designadamente no que se refere à inclinação da rampa e velocidade de escoamento das águas, esta estrutura foi construída com uma extensão de 17 metros e um desnível de cerca de dois metros, dotada de 16 compartimentos com o fundo rugoso e passagens alternadas de forma a reduzir e controlar a velocidade de escoamento das águas e facilitar a subida dos peixes», reforça a Câmara no referido comunicado.