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TOMAR – Bons Sons com um concerto “espacial” entre Vénus e Marte… José Cid é o nome-surpresa do Festival

Ele diz que não está velho, que está mais novo do que nunca mas com o dobro da experiência. O nome-surpresa do cartaz do BONS SONS é finalmente divulgado e é a cereja no topo do bolo do melhor cartaz da música portuguesa deste Verão. Em 2017, José Cid vai sentar-se aos comandos da nave espacial que aterra em Cem Soldos para o concerto de celebração do álbum icónico da sua carreira – “10.000 anos depois entre Vénus e Marte”. Num registo de rock progressivo, pelo qual é menos conhecido do grande público mas que é aclamado por especialistas e melómanos, Cid transporta-nos numa viagem de ficção científica estelar com notas de alucinação psicadélica.

REVIVER “10.000 ANOS DEPOIS ENTRE VÉNUS E MARTE” NO BONS SONS – O álbum lançado em 1978 pela editora Orfeu conta a história de um homem e uma mulher que regressam à Terra após 10.000 anos da autodestruição da humanidade. Viajam através do espaço em direcção ao planeta azul para o repovoar. Na altura não foi imediatamente reconhecida a virtude deste álbum, com vendas a não irem além das 1000 cópias, mas como acontece às obras de génio editadas à frente do seu tempo, foi ganhando o estatuto de álbum de culto tanto em Portugal como além-fronteiras. É este o grande motivo para celebrarmos os quase 40 anos deste álbum com o seu compositor e intérprete original no Festival da Música Portuguesa.

“10.000 anos entre Vénus e Marte” não foi nave que se pilotou sozinha. Na gravação, além do versátil músico, talentoso teclista e reverberante vocalista José Cid, juntaram-se Zé Nabo no baixo e na guitarra, que partilhou com Mike Sergeant, enquanto as baquetas da bateria e a percussão estavam nas mãos criativas de Ramon Galarza.

A sonoridade astral, muito particular desta obra, deve-se ao instrumento musical Mellotron, uma marca constante no rock progressivo e uma característica comum a outras bandas da época como Pink Floyd, Genesis, King Crimson ou Moody Blues. Este instrumento data de uma era pré-sampling musical e dá ao controlador a possibilidade de reproduzir som gravado numa fita de áudio alterando-lhe o tom e ritmo. O Mellotron empresta também o nome ao Planeta Fantástico, uma das músicas do álbum. O álbum contém ainda os temas “O Último Dia na Terra”, “O Caos”, “Fuga para o Espaço”, o homónimo “10.000 anos depois entre Vénus e Marte” “A partir do Zero”, “Memos” e “Vida (Sons do Quotidiano)”, este último incluído como faixa bónus no álbum original e já tinha sido editado como EP em 1977. O espectáculo contará ainda com temas que datam da mesma época como “Onde, Quando, Como, Porquê, Cantamos Pessoas Vivas”, uma incursão no rock sinfónico que precedeu o álbum, e também “Vozes do Além” cuja gravação contém poemas de Sophia de Mello Breyner e de Natália Correia. Este tema tem sido prometido para um aguardado álbum, com o mesmo nome, em que José Cid estará a trabalhar, empreendendo um regresso a esta estética musical com o tema da reincarnação e da vida após a morte.

FAZEM AINDA PARTE DO CARTAZ DO BONS SONS 2017 – Rodrigo Leão, Orelha Negra, Mão Morta tocam Mutantes S21, Capitão Fausto, Samuel Úria, Paulo Bragança, Virgem Suta, Frankie Chavez, Né Ladeiras, Medeiros/Lucas, Glockenwise, Throes +The Shine, Holy Nothing, The Poppers, Thunder & Co, Manuel Fúria e os Náufragos, Señoritas, Octa Push, Whales, Filipe Sambado, Captain Boy, Marco Luz, Surma, LST – Lisboa String Trio, Joana Barra Vaz, Valter Lobo, Sonoscopia, Les Saint Armand, Sampladélicos, Ana Jezabel e António Torres, Lander&Jonas, Carlota Lagido, Band’olim, Lucía Vives + João Raposo, Moços da Vila, Sanct’Irene, SingularLugar, Filipe Valentim, Moçoilas, Rodrigo Affreixo, Puto Anderson, DJ NinOo e K30 (Firma do Txiga), Groove Salvation, Zé Nuno, Sam U, Beatdizorder e Inês Lamim.