Tem sido uma constante. Moradores e empresários que estão situados junto à Festa da Cerveja, que está a ter como palco a Várzea Pequena, têm expressado o seu descontentamento relativamente ao que consideram «barulho excessivo» provocado pela música e ainda apontam o dedo á falta de civismo de algumas pessoas, que usam portas de casa e passeios como autênticos… urinóis. À Polícia de Segurança Pública já têm chegado inúmeras queixas relativamente à Festa da Cerveja. Alguns cidadãos consideraram que o seu direito ao descanso tem sido colocado em causa e até já expressaram esse sentimento em plena reunião da Câmara de Tomar. Em jeito de reacção a estas queixas, a Hertz falou com Abel Bento, presidente do União de Tomar, o organizador do evento. O dirigente compreende que haja, de facto, algum prejuízo para as pessoas mas lamenta a falta de coerência de quem protesta agora e não fez o mesmo por ocasião da Festa dos Tabuleiros e do Festival do Frango: «Compreendemos que possa haver incómodo para as pessoas que residem mais próximo de onde se realiza o evento. Mas não entendo porque é que não se falou nisso antes já que a Festa da Cerveja é o terceiro evento que se está a fazer no local… Houve a Festa dos Tabuleiros e ninguém reclamou, quando os horários dos concertos no coreto eram até às quatro, cinco da manhã. E nós estamos a trabalhar até à meia-noite, uma, duas da manhã. Não consigo entender porque é que a festa do União de Tomar é visada desta forma, apesar de compreender que possa causar incómodos. Temos tido algum cuidado. Há dias em que acabamos à meia-noite em ponto. Noutros dias, a partir da meia-noite, baixamos o volume do som. Para além disso, não compreendemos porque é que as pessoas, sabendo qual é o objectivo da Festa, que passa pela angariação de fundos para um clube centenário, mas só visam a Festa da Cerveja. Não há coerência. Se reclamassem de todos os eventos, compreendia, mas assim não consigo… ».
Por ocasião, então, das queixas apresentadas por cidadãos na recente reunião da Câmara de Tomar, a presidente Anabela Freitas garantiu que 2015 irá ser o último ano em que a Várzea Pequena funciona como palco para este género de eventos. A autarca apontou, então, como solução a área do mercado municipal. Abel Bento não concorda com esta opção e recordou que naquela zona se encontra um Lar e também muitas residências: «Essa é um opção que não agrada… Apesar de termos o máximo cuidado com o jardim, compreendemos que há alguma degradação no jardim. Mas, mesmo assim, pergunto para que serve um coreto no meio do jardim?! Um coreto visa, automaticamente, actuações musicais. Então mas dizem que este tipo de realizações no Coreto é prejudicial para os moradores pois há barulho e tudo o mais… E compreendemos esta situação. Mas faço outra pergunta: vamos fazer todas as realizações deste género junto ao mercado municipal. Só que ao lado do mercado municipal, a cerca de 50 metros, está um lar. E esse barulho será incomodativo para aquelas pessoas, para além dos moradores que ali estão. Nessa situação, a Festa já não será incomodativa?! Estou certo que iremos encontrar uma solução, com a autarquia, durante este ano. Mas essa solução não poderá ser no mercado, que acarreta outros custos que não podemos suportar. Não podemos andar a fazer sacrifícios para depois ter prejuízo. Pura e simplesmente a festa vai acabar… ».