Início Autárquicas 2021 TOMAR – Autárquicas 2021. ‘Rescaldo’, por José Rogério

TOMAR – Autárquicas 2021. ‘Rescaldo’, por José Rogério

Escrevendo em cima do acontecimento, diremos que as eleições do passado domingo, nos 308 concelhos do país, permitem fazer várias leituras nacionais e retirar algumas “lições” locais, por razões muito distintas.

O líder do PS e primeiro ministro envolveu-se bastante na campanha eleitoral para apoiar os seus candidatos mais “tremidos” em concelhos importantes, como por exemplo: Porto, Guarda, Coimbra, Lisboa, Loures, Almada, Setúbal, Portalegre, Évora, Faro e Funchal. Os líderes das oposições, nomeadamente PSD, CDS, CDU e BE, em resposta ao dirigente socialista, também multiplicaram os esforços para “puxarem” pelos respetivos candidatos, de modo a não perderem ou até “roubarem” as autarquias dominadas pelo partido do Governo. As intervenções dos dirigentes nacionais nas campanhas autárquicas, apesar de “ofuscarem” os candidatos locais, visaram combater a abstenção que este ano atingiu o valor alarmante de 46,3%, o segundo maior de sempre em autárquicas.

As derrotas nacionais do PSD e CDS (apesar de suavizadas pelas vitórias em Lisboa, Coimbra, Viseu, Portalegre e Funchal) questionam as lideranças de Rui Rio e Rodrigues dos Santos, os quais continuam ameaçados pelos “rebeldes” dirigentes partidários que os querem destronar.
O Chega de André Ventura pretendia ser a terceira maior força partidária do país e, em vários concelhos decisivos, “afundou-se” completamente ficando aquém das expetativas em muitas autarquias.

Quanto a Tomar a terra templária não contou com a presença de figuras nacionais na campanha, ao contrário do que sucedeu noutros municípios do distrito, podendo isto significar uma perda de “peso” politico e estratégico nos planos regional e nacional. O PS tomarense venceu as eleições com alguma “folga” para a CMT, mais tangencial para a AMT, mantendo a maioria em cinco freguesias (Asseiceira, Madalena, S. João/S. Maria, Sabacheira e Paialvo), havendo ainda a surpresa da CDU ao conquistar a freguesia de Carregueiros.

Uma “lição” que se retira para o futuro de Tomar é que a maioria socialista deve preferenciar os setores produtivos (como: agricultura, silvicultura e industria), continuar a apostar nas atividades de comércio e turismo, e investir nos projetos de saneamento, habitação, meio ambiente e mobilidade. O corolário lógico desta “lição” é que o executivo socialista deve “esquecer” algumas obras de embelezamento da cidade que servem para aplicar os fundos europeus, mas sem impactos reprodutivos na atividade económica de Tomar, a qual é fundamental para travar a “hemorragia” populacional do concelho. José Rogério