O Partido Social-Democrata de Tomar fez chegar um comunicado à nossa redação onde procura justificar a ausência de Lurdes Ferromau Fernandes, candidata à Câmara Municipal nas eleições Autárquicas, no ‘frente-a-frente’ com Anabela Freitas, candidata do Partido Socialista, numa iniciativa proposta pela Rádio Hertz. Eis esse texto, na íntegra: «Têm vindo a decorrer debates entre todos os candidatos à Câmara Municipal de Tomar, nos quais a candidata do PSD, Lurdes Ferromau Fernandes, tem marcado sempre presença e que têm permitido debater ideias e apresentar os projetos para Tomar. Consideramos ainda que a organização de debates exclusivos às candidatas do PSD e do PS não respeita princípios democráticos de equilíbrio para com os restantes candidatos. Para além disso, o convite para participação no debate foi feito no dia 20 com pouca antecedência e a poucos dias do final do período de campanha eleitoral, o que impossibilita a presença da candidata do PSD, tendo em conta a sua agenda já bastante preenchida».
Nota de redação. Durante a fase de pré-campanha, a Rádio Hertz realizou cerca de seis dezenas de entrevistas a candidatos aos diferentes órgãos municipais do concelho de Tomar no âmbito das eleições Autárquicas. De entre estas entrevistas individuais, nota para a presença, em estúdio, dos sete candidatos à Câmara Municipal. Posteriormente, no dia 11 de Setembro, a Hertz promoveu um debate com TODOS os referidos candidatos, iniciativa essa que decorreu na Biblioteca António Cartaxo da Fonseca. Procurámos, desta forma, prestar o devido e merecido tratamento a TODOS os candidatos. Entretanto, dentro da sua liberdade editorial, a Hertz entendeu por bem promover o referido ‘frente-a-frente’ entre as candidatas das DUAS forças partidárias eleitas para a Câmara Municipal em 2017, precisamente o Partido Socialista e o Partido Social-Democrata. Como é óbvio, se mais forças tivessem sido eleitas nessa altura… mais forças teriam sido convidadas. Importa, nesse sentido, recordar que esta é a postura seguida pelos próprios órgãos de comunicação social de âmbito nacional. Ou seja, houve lugar à realização de debates entre TODOS os candidatos. Posteriormente – e para dar o exemplo da Câmara Municipal de Lisboa – foi realizado um ‘frente-a-frente’ entre Fernando Medina e Carlos Moedas. Não percebemos, por isso, quando o texto do PSD refere que «a organização de debates exclusivos às candidatas do PSD e do PS não respeita princípios democráticos de equilíbrio para com os restantes candidatos»… quando no caso da Capital esteve precisamente em causa um debate entre o candidato social-democrata, que também é apoiado pelo CDS/PP, tendo apenas ‘do outro lado’ um outro candidato. O comunicado do PSD refere, ainda que o convite para o debate foi feito «com pouca antecedência e a poucos dias do final do período de campanha eleitoral». A Hertz justifica-se com a prioridade que foi direcionada para o debate com TODOS os candidatos, neste caso para a Câmara (11 de Setembro) e para a Assembleia (18 de Setembro). Só depois deste intervalo temporal é que faria sentido avançar para o referido ‘frente-a-frente’. Importa acrescentar, a este propósito, que o convite também só foi direcionado depois de a Comissão Nacional de Eleições se ter pronunciado após solicitação de parecer pela Rádio Hertz.