Já são conhecidos os vencedores do concurso internacional de arquitectura e design lançado a 31 de Maio pelo BONS SONS, em parceria com a plataforma ideasforward, que pretendia dotar o Palco Eira de uma estrutura efémera. O desafio lançado procurava um conceito que permitisse simultaneamente proporcionar conforto aos visitantes durante o dia e constituir um objecto icónico da vivência desta edição do BONS SONS. Foram recebidos 16 projectos, avaliados de acordo com critérios que contemplaram: a relação do objeto com a aldeia e o espírito do BONS SONS; a exequibilidade da proposta apresentada e adequação ao orçamento disponível; a inovação e originalidade; a qualidade conceptual (sustentabilidade, organização do espaço, cumprimento dos requisitos e objectivos definidos); e, finalmente, a viabilidade construtiva (facilidade de montagem, desmontagem e reutilização da estrutura em edições futuras).
O júri foi composto por Luís Ferreira (BONS SONS), Albio Nascimento (The Home Project Design Studio), Colectivo Warehouse (Arquitectura), Henrique Ralheta (Design) e Luís Maria Baptista (Os Espacialistas). Durante o BONS SONS, os visitantes poderão percorrer todas as propostas submetidas, incluindo os 3 primeiros classificados e as 7 menções honrosas atribuídas pelo júri, numa exposição dedicada ao concurso. As candidaturas demonstraram bem a vertente internacional deste, com projectos que chegaram da Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Itália, Japão, Portugal, Rússia e Suíça.
PROJECTO VENCEDOR: “THE GREAT GIG IN THE SKY”
O projecto vencedor foi concebido pelo Colletivo Arcipelago, originário de Bari, Itália. Trata-se de uma estrutura baseada nas redes de apanha da azeitona, que serão invertidas e colocadas suspensas sobre balões ancorados ao solo. Aos insufláveis estruturais de diferentes dimensões, que dão a forma-base à estrutura, irão juntar-se os balões colocados por cada visitante. Estes, à medida que são acrescentados, irão alterando a forma e dimensão geral do toldo então formado. Noite adentro, a obra torna-se visível graças aos LED acesos dentro dos insufláveis e ao reflexo das luzes do palco. O Júri destacou o envolvimento do público na proposta apresentada, por gerar “uma relação efectiva na sua construção e manutenção” com o privilégio da interactividade com o visitante. Por outro lado, foi valorizada a relação com o imaginário da Eira e com as tradições agrícolas locais – nomeadamente a apanha da azeitona – e o facto de se tratar de um “projecto mutável, dinâmico e desafiador devido à imprevisibilidade formal”. O projecto vencedor, além de ser executado no Palco Eira, receberá um prémio no valor de 1.000€.
SEGUNDO E TERCEIRO CLASSIFICADOS
Em segundo lugar ficou a equipa de Marc Timo Berg e Rebecca Galley, de Cottbus, Alemanha, com o projecto “Value of being”, que previa um forte impacto na paisagem com uma qualidade conceptual e escultórica bem desenvolvida, ao encontro das necessidades práticas dos visitantes, uma vez que a estrutura providenciaria sombra e assentos em bandas suspensas a partir de uma estrutura metálica. O terceiro lugar foi atribuído a Alice Cardoso e Pedro Barros, de Braga, com o título “Manto Amarelo” – um toldo constituído por fitas amarelas, numa reinterpretação contemporânea das decorações das festas populares, enfatizando o jogo de luz e sombra criado com o movimento das fitas provocado pelo vento.