O executivo da Câmara Municipal de Tomar irá reunir, em encontro extraordinário, nesta quinta-feira, pelas 11h30, para analisar a preocupante questão em torno da eventual criação do Grupo Hospitalar do Ribatejo, o que, na prática, significa a junção do Hospital de Santarém com o Médio Tejo. Este cenário, a concretizar-se, poderá resultar na perda de valências dos hospitais de Tomar, Torres Novas e Abrantes em favor de Santarém, nomeadamente as próprias urgências, o que iria obrigar as populações afectadas a consideráveis deslocações. Ou seja, por exemplo um cidadão nabantino que necessite de ser atendido nas urgências médico-cirúrgicas pode ser obrigado a recorrer à capital de distrito. A Hertz já obteve uma reacção de Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar. A autarca, visivelmente agastada com a situação, garante que tudo irá fazer para defender os interesses dos cidadãos e não deixou de lamentar que os eleitos locais se sintam como «fantoches» em todo este processo: «É óbvio que nos sentimos fantoches… Apesar de nos terem dito, na sexta-feira, que não estava tomada qualquer decisão, a verdade é que confiámos no Ministério quando nos disse, há um ano, que nada seria feito. Todos os autarcas têm estado disponíveis para colaborar com o Ministério no sentido de atrair médicos, então também devemos ser parceiros na reorganização dos cuidados de saúde. A ir para a frente aquilo que nos foi colocado, a população de Tomar está prejudicada. E, por isso, nós vamos defender a população de Tomar». As garantias dadas pelo Ministério da Saúde, há cerca de um ano, em torno da não-criação do Grupo Hospitalar do Ribatejo podem cair, desta forma, em saco roto. E isto está a revoltar os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, em especial de Tomar, Abrantes e Torres Novas, que foram convocados para uma reunião, com carácter de urgência, com o secretário de Estado da Saúde. E desse encontro saiu, assim, o desejo do Governo em avançar para a criação do referido Grupo. Anabela Freitas manifestou o seu desagrado pela forma como o processo está a ser conduzido, acusando o Ministério de não responder a questões essenciais.