TOMAR – Américo Pereira ponderou demitir-se depois do seu executivo ser acusado de prejudicar a Junceira em detrimento da Serra

‘Estalou o verniz’ na Junta de Freguesia de Serra e Junceira, concelho de Tomar, de tal forma que o presidente Américo Pereira admitiu a possibilidade de se demitir de funções. Por agora, o executivo escolheu outro caminho que passa pela continuidade até à tomada de posse do novo elenco, que será eleito nas Autárquicas deste ano, sendo que até lá está descartada a realização de obras de ‘monta’, «incluindo repavimentações de arruamentos», a exemplo de três intervenções que estavam previstas, uma na Junceira (Fonte de D. João) e duas na Serra (Bugarrel e Macieira), com denúncia do contrato interadministrativo com a Câmara de Tomar. Ou seja, apenas serão realizadas as obras equivalentes às receitas próprias provenientes de cada uma das freguesias, no caso da Serra (50 mil euros) e da Junceira (dois mil). Esta ‘novidade’ foi comunicada em conferência de imprensa que decorreu na Sede daquela União de Freguesias.
Feita esta introdução, importa agora explicar o sucedido: começa por estar em causa a desagregação das mencionadas freguesias, que foram unificadas em 2013. Por vontade popular, desde logo por um movimento criado na Junceira, ficou expresso o desejo de voltar a esse passado, ou seja, cada território com a sua autonomia. Nesse sentido foi constituída a Comissão de Extinção, dela fazendo parte um representante de cada uma das forças políticas da Assembleia de Freguesia e quatros cidadãos propostos. «Tudo correu bem até à reunião de 14 de Abril último», referiu Américo Pereira. Depois, lamentou, surgiram acusações de que a Junceira estaria a ser prejudicada em relação à Serra, acusações essas que terão partido de um eleito do PSD. Américo Pereira refere que o representante do PSD na Assembleia de Freguesia pretende que os bens devem ser divididos entre as freguesias, o que, recorda, contraria o «princípio da proporcionalidade, tendo em consideração o número de eleitores e áreas das freguesias, que determina que na partilha de bens, direitos e obrigações, à Serra corresponde 64,18% e à Junceira 35,82%. Américo Pereira reforçou que esse eleito defende que a Serra «ainda deve indemnizar a Junceira». Depois de ler este comunicado, Américo Pereira respondeu às questões colocadas pela comunicação social, Hertz incluída. E, nesta altura, garantiu à nossa reportagem que a decisão de não realizar as grandes obras previstas para este final de mandato é irreversível: Assista à reportagem editada pela nossa redação.