Os cemitérios nos meios rurais são sempre “uma dor de cabeça para os autarcas”. Essa dor de cabeça não têm os presidentes das juntas urbanas. É certo que a venda de sepulturas perpétuas vai permitindo alguma entrada de dinheiro nos cofres das juntas, mas o pior é quando o espaço se torna insuficiente e há que proceder a alargamentos. A somar a tudo isto, há quer no de Alviobeira, quer no de Casais – os dois da União de freguesias de Casais/Alviobeira a legalização de compras que foram feitas, registos em termos de conservatória e correcção de extremas, pois compra-se, faz-se alargamentos, mas os presidentes avessos à burocracia, deixam andar. Desde os anos 70, até há bem pouco tempo, dado haver mais poder de compra, a família ou mesmo em vida quer ter a sua sepultura perpétua, a sepultura de família que manda arranjar com pedra mármore e hoje os cemitérios rurais, a exemplo dos das cidades, têm centenas de sepulturas compradas e mantidas pela família, um direito de perpetuar a nossa passagem terrena.
Estão no seu direito e ainda bem que assim é! A compra de campas, cujo preço ronda os 1000 euros e o posterior arranjo com mármore são investimentos familiares que não podem ser ultrapassados pelas cremações e deposição de cinzas em sindrários e apesar de não serem adquiridas já tantas campas como há duas ou três décadas, o espaço vai faltando e há que investir. João Luís Alves – presidente da Junta de Casais/Alviobeira pode orgulhar-se com o seu executivo de ter conseguido legalizar terrenos comprados pelo seu antecessor e vir a ter a doação de espaço ( privado) que lhe permitem fazer uma obra de alargamento que vai durante muitos anos, colmatar a falta de espaço e, no topo nascente do cemitério dos Casais- contiguo à igreja a obra nasceu e cresceu rapidamente. Por ajuste direto à firma de construção civil de um empresário residente na freguesia – Tristão & Antunes- Construções civis do Casal Novo. A obra seguindo o projecto de engenharia civil e, desenrolando-se em terreno de forte declive, nasceu e cresceu em tempo recorde, com muitos m3 de betão em fundas e largas sapatas, toneladas de ferro, parte de altos muros em betão pré esforçado e, assentamento de blocos, onde não vai receber pressão exterior de terras, mostrando a quem a visitou e acompanhou como se constrói com qualidade e grande resistência. João Luís Alves mostra a obra e refere que vai gastar à volta de 60 mil euros, para um espaço de 170 campas e tendo obtido um ajuda financeira da Câmara de 15 mil euros, que salienta ” poderia e deveria ser mais, já que 45 mil euros do orçamento da junta, de investimento num mandato, é muito e, tendo em conta que a festa dos tabuleiros em 2019 nos vai, obrigar a gastos extraordinários, ( apesar de quer diminuir o número de tabuleiros levados) impede outros investimentos e esta junta com o seu quadro de pessoal e maquinaria, com obras diárias e com tanta extensão de caminhos rurais e florestais, tem sempre obras em execução, para as quais são necessárias verbas, se bem, que a gestão rigorosa e muita obra feita directamente se traduz em claros benefícios para a população e menor despesa. Ainda espero que a Câmara nos dê outra ajuda. Aliás tenho referido que esta união de freguesias, recebe desde que sou presidente da Junta, menos verbas no seu somatório de quando eram duas freguesias autónomas e a quantidade de obras feitas e e que tenciono fazer estão á vista, não havendo lugar algum e são tantos em que não tenha havido intervenções. Nunca paramos e temos funcionários e colaboradores excelentes”.
Em visita à freguesia, de verdade há obras, um pouco por toda a parte, em que os caminhos rurais e estradas são sempre uma preocupação e as obras nunca param. Muitos salientam que nunca mais acaba a “política do alcatrão” mas não são só alcatroamentos, são valetas em cimento, aquedutos, recuperação de fontenários, ou seja aquilo que fazia falta a quem aqui vive – o básico. Depois a limpeza de bermas, em muitos km de caminhos que 70% de quem mora na união das freguesias nem conhece. O novo alargamento do cemitério de Casais vai agora receber terras para se poder iniciar enterramentos, segue depois a feitura de arruamentos e fica uma obra que vai resolver para muitos anos, o espaço que só permitia mais 25 enterramentos, em terreno disponível, já que muita campa comprada é utilizada pela família para enterramentos sucessivos, senão já tinha entrado em rotura de espaço. Registe-se que vivemos num mundo rural muito idoso em que é rara a semana em que não haja um ou mais funerais. António Freitas