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TOMAR – A exposição que é um curso prático de fotografia como ela se fazia no século XIX

Na Casa dos Cubos, em Tomar, uma exposição imperdível mostra-nos, aos portadores das omnipresentes máquinas fotográficas de bolso do século XXI, como se fotografava nos primórdios, ainda nos anos mil e oitocentos, quando captar uma paisagem implicava levar tenda para fazer no imediato os processos de câmara escura. A mostra “Typographia Photographia Silva Magalhães”, patente até 15 de setembro, com entrada livre, parte de uma notícia de jornal em que o pioneiro desta técnica em Tomar anuncia que já consegue captar imagens de crianças, uma dificuldade até então existente devido ao grande tempo de exposição que obrigava os retratados a posarem sem se mexerem. A inauguração desta exposição, que tem como subtítulo “A Fotografia e o Ato Fotográfico na transição do século XIX para o século XX”, coincidiu com o lançamento do quarto volume dos Cadernos Culturais Nabantinos, publicação do Município de Tomar este ano dedicada precisamente à fotografia. Com coordenação de António Ventura, professor da área no Instituto Politécnico de Tomar e responsável pelo Centro de Estudos em Fotografia (CEFT), esta revista (que pode ser adquirida no Posto de Turismo da cidade), aborda os seus primórdios no concelho, o papel relevante de Tomar no ensino superior desta matéria e relatos de experiências pessoais e coletivas. O enfoque da importância da fotografia em Tomar foi dado pelos diversos preletores na apresentação: o presidente da Câmara, Hugo Cristóvão, o historiador André Camponês, António Ventura e Patrícia Romão, técnica do Município e membro da coordenação do CEFT. Importância revelada desde logo na sua chegada precoce ao concelho, no valioso espólio hoje devidamente preservado, no facto de ter sido aqui o primeiro (e, durante muito tempo, único) curso superior no país e ainda o carácter decisivo de muitos registos para o estudo do património imaterial e nomeadamente para a candidatura da Festa dos Tabuleiros. Na exposição, além de diversas reproduções de retratos de estúdio, bem como algumas imagens de exterior (incluindo uma composição panorâmica da cidade que terá implicado um longo e complexo processo de preparação e execução), é possível aos visitantes experimentarem como funcionavam as máquinas fotográficas da época, bem como assistirem a um vídeo que explica pormenorizadamente os diversos processos químicos utilizados no século XIX para a revelação das chapas.