Nos tempos actuais em que se luta tanto contra o plástico, ou melhor os sacos de plástico e que os mesmos irão ser mesmo banidos, o Rancho de Alviobeira atento aos factos, organizou, uma “oficina” de confecção do tradicional saco de pano, que se usava para ir ao pão, levar a merenda e para ir às compras. Lembro- me bem da saudosa professora Elisa Godinho de Ceras, que depois da sua reforma, de uma vida a ensinar, fazia com mestria, mantas de cama, almofadas e sacos de trapos de retalhos, em que era uma arte pura, uma minúcia nos cortes, jogo de cores e um aproveitamento total. Nada se perdia, tudo se transformava. Depois éramos brindados quando casávamos com uma manta, um saco, um par de almofadas. Por isso, apesar de não ter assistido, a esta oficina as fotos da Escola de Alviobeira são um claro exemplo e o texto de Manuela Santos refere, aquilo que sentiu e lhe vai na alma
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina!”
O resultado fala por si, bonitos sacos de todas as cores, feitios e materiais. Independentemente da experiência dos executantes, o resultado final foi positivo e encheu de orgulhos os participantes do Workshop de sacos de pano, que teve lugar no passado domingo dia 10 de Fevereiro, na antiga escola primária de Alviobeira. Partilhou-se experiências, conhecimentos, histórias e saberes, tornando a experiência enriquecedora e proveitosa.
A tarde de domingo passou a correr, foram quatro horas de trabalho e de convívio, num espaço que já se tornou a nossa sala de estar, com as portas abertas para quem quer connosco aprender e ensinar. Numa altura em que se fala cada vez mais no ambiente, na necessidade urgente de mudarmos a nossa atitude regressando aos velhos hábitos no que diz respeito ao reaproveitamento e à eliminação gradual do plástico, o tema escolhido para o Workshop (a primeira actividade de 2020 na Escola de Artistas) não poderia estar mais em voga. Se os conhecimentos de costura de alguns participantes eram escassos, também havia muitos profissionais no ramo, o que facilitou a aprendizagem e o ensino. Quatro horas para trabalhar, mas também para ouvir histórias. A Guilhermina e a Céu , andaram juntas no alfaiate da Torre e partilharam as suas histórias e tripeças bem divertidas e se a Guilhermina há muito que deixou a costura em termos profissionais a Céu continua a trabalhar, sendo a principal costureira do RFEA. A Guilhermina Maçarico também esteve presente e fez uma saca de retalhos toda cosida à mão, um trabalho ímpar de paciência, primor e perfeição, recordando os seus trabalhos quando trabalhava numa loja de vestidos de noiva e que bordava como só ela sabia, assim como outros trabalhos de costura por todos elogiados. Um agradecimento especial à D. Zélia que partilhou também a sua experiência e cujos trabalhos podem ser apreciados na sua loja em Tomar.
Estiveram presentes no Workshop cerca de vinte pessoas, às quais agradecemos a sua presença. No final ainda houve tempo para reconfortar o estômago com um chá quente e bolinhos caseiros, feitos pela equipa organizadora do evento, Marisa, Anabela, Céu e Carlos, à qual agradecemos, só a trabalhar em equipa é possível fazer Alviobeira Acontecer. O próximo evento na Escola de Artistas será no dia 15 de Março e o tema será apresentado brevemente. Até lá e já agora vá dando uma vista de olhos no nosso plano de actividades para o mês de Março e Abril que já publicámos. Reserve as datas e faça-se presente”. É assim Alviobeira Acontece. António Freitas