Início LOCAL TOMAR – 22 anos depois, PDM está aprovado pela Câmara

TOMAR – 22 anos depois, PDM está aprovado pela Câmara

22 anos depois, está aprovado, pela Câmara Municipal de Tomar, um novo Plano Director Municipal. A revisão deste documento estratégico para o desenvolvimento territorial começou em… 2002 (!), mas contingências várias estiveram no arrastar do processo. Na reunião da última segunda-feira, de entre o executivo autárquico, como é lógico, Partido Socialista e Coligação Democrática Unitária deram “o sim” à revisão, sendo que o Partido Social-Democrata optou pela abstenção ao passo que os Independentes votaram contra. O futuro PDM irá incidir em torno da ampliação da área da zona industrial – hoje conhecida como parque empresarial; não irá esquecer o “famoso” Plano das Avessadas, agora, então, com a possibilidade de instalação de actividades económicas; o designado centro histórico e a Várzea Grande também fazem parte deste “futuro”. Registo, na reunião de Câmara, para as intervenções de Rui Serrano, vereador do Partido Socialista, que se congratulou com a apresentação da proposta de revisão, considerando que o documento em causa tem uma «visão clara e estratégicas para a próxima década»:

Os Independentes votaram contra o documento, Pedro Marques, vereador eleito pelos IpT, justificou esta tomada de posição com o facto de que a representação a que preside «não poder pactuar com “fatos à medida” da coligação PS/CDU seja para o que for e muito menos para o PDM, cujos elementos, ora entregues colocam muitas dúvidas» e «não correspondem aos interesses do concelho e da população». E ficaram reparos à posição do vereador Bruno Graça. Eis a declaração de voto dos Independentes, textoeste enviado para a redacção da Hertz:

«Foram entregues, na passada 4ª feira, dia 15, ao fim do dia, o Regulamento e as plantas de ordenamento e condicionantes, com o objectivo de hoje o Executivo Camarário deliberar aceitar e enviar à Comissão de acompanhamento do PDM os elementos de uma revisão do PDM, que o PSD e o então Presidente da Câmara Paiva prometeram há 15 anos, na campanha eleitoral de 2001 e cujo processo teve o seu início em 2002. Refira-se, no entanto, que a Sra. Presidente da Câmara, no final da ultima reunião de câmara, no dia 6 p.p. pelas 17H30, “proporcionou” uma reunião com a equipa do IST, que há muitos anos elabora esta revisão do PDM (a mesma, aliás que elaborou a “chamada Carta Educativa”), para nos apresentar e por certo, “convencer” da bondade e qualidade da proposta.

Refira-se que não estive presente nessa reunião por entender que tal reunião não poderia ser uma aula (pese embora o reconhecido mérito do Sr. Professor), mas sim uma reunião em que pudéssemos discutir, tirar dúvidas e perceber o porquê das opções constantes dos documentos, o que só seria possível se antecipadamente e com, no mínimo, 10 dias de antecedência (face à natureza, importância e complexidade dos documentos), nos tivessem sido entregues esses documentos para análise, o que como já referimos não aconteceu. Queremos deixar bem claro que, este tipo de política não é só apanágio da coligação PS/CDU, pois já no passado e durante os mandatos anteriores as “coisas” nunca foram diferentes (que o diga o Sr. Vereador Bruno Graça, quando em mandato anterior foi coordenador da Comissão de acompanhamento do PDM na A. Municipal e reagiu a idêntica situação, mas que agora, como está “no poder” já aprova). O facto é que as maiorias se acham autónomas, decidem elas como bem entendem, mesmo quando se trata, como é o caso, de um documento que vai afectar a vida de todos nós e do concelho nos próximos anos e cujas opções podem condicionar, porque fundamentais, o desenvolvimento socioeconómico.

Face ao exposto, porque não podemos pactuar com “fatos à medida” da coligação PS/CDU seja para o que for e muito menos para o PDM, cujos elementos, ora entregues nos colocam muitas dúvidas e entendemos que, apesar das restrições impostas pelo PROVT, não correspondem aos interesses do concelho e da população, sendo em muitos casos bem piores do que a versão ainda em vigor, só podemos votar CONTRA».