A localidade de Zangaria, na União de Freguesias de Cernache do Bonjardim, Nesperal e Palhais foi palco do Workshop de Poda de Oliveiras, promovido pelo Município da Sertã em parceria com a APROSER – Associação de Produtores do Concelho da Sertã. A iniciativa contou com o apoio do azeite Zangaria, da União de Freguesias de Cernache do Bonjardim, Nesperal e Palhais e do Clube Roda Livre. Carlos Miranda, Presidente da Câmara Municipal da Sertã, mostrou-se bastante satisfeito pela adesão à iniciativa que superou as expectativas, registando a presença de 55 participantes. O autarca agradeceu a todas as entidades que tornaram possível a realização do workshop, dando uma palavra de apreço a António José Vieira, proprietário do olival e do azeite Zangaria, que teve a iniciativa de abrir a atividade ao público, com o objetivo de partilhar conhecimento, sendo “uma atitude louvável e de enaltecer”. Carlos Miranda destacou as propriedades do “azeite do concelho da Sertã que historicamente é reconhecido como um dos grandes azeites a nível nacional”. Relativamente ao workshop, o autarca referiu que trouxe “uma visão diferente daquela que temos tradicionalmente do nosso olival,” importante “para melhorarmos os nossos produtos”. Sublinhou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Município da Sertã na melhoria dos produtos endógenos, destacando o “trabalho mais aprofundado que tem vindo a ser feito com os vinhos do concelho, sobretudo em Cernache do Bonjardim. Mas estamos atentos também ao azeite e a todos os outros produtos, porque pretendemos dinamizar a economia local através destes produtos”. Por outro lado, “se tivermos as nossas aldeias rodeadas por hortas, olivais e vinhas, estaremos mais protegidos dos incêndios.” Referiu a disponibilidade do Município da Sertã e da APROSER na valorização dos produtos, através de apoio técnico, apoio na criação de marca e comercialização. António José Vieira, proprietário do olival e do azeite Zangaria referiu que a vinda do especialista visava inicialmente perceber de que forma se poderia optimizar a produção do olival, tendo depois surgido a oportunidade de abrir a iniciativa ao público, com o objetivo de transmitir dicas, boas práticas e troca de experiências. Carlos Antunes, da APROSER, agradeceu o apoio de todas as entidades parceiras que possibilitaram a realização da atividade assim como a adesão registada. Referiu que as temáticas da produção primária são prioritárias, destacando especificamente a importância da poda na preservação das espécies e da biodiversidade e na rentabilização da produção. O workshop foi dinamizado por Rafael Navarro Murcia, especialista reputado na área que realiza assessoria técnica para a Oliveira em Espanha e Portugal. Este perito referiu que 50% da produção da oliveira está dependente da poda que é feita. A poda assume uma relevância maior até do que a fertilização e da gestão do solo. Aquele especialista explicou os diferentes tipos de cortes, a frequência ideal de podas, assim como os tipos de podas a realizar consoante as espécies de oliveira e o tipo colheita (manual ou mecanizada). Ao longo de toda a manhã, os participantes tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e podar oliveiras de diferentes espécies e em diferentes estágios de crescimento (olival novo e olival velho).