O Município da Sertã e a Universidade Aberta assinaram os protocolos que viabilizam o Pólo de Cultura e Ciência da Universidade Aberta na Sertã, assim como a Cátedra Padre Manuel Antunes, numa cerimónia que decorreu no Salão da Assembleia Municipal, nos Paços do Concelho da Sertã, a 13 de dezembro. Aquele dia marcou “o início do cumprir de um sonho antigo”, começou por referir Carlos Miranda, presidente da Câmara Municipal da Sertã, afirmando que “estamos mais perto de ter ensino superior no concelho da Sertã”. “Precisamos de nos capacitar com esforço e talento para continuar o processo de transformação deste concelho e criar um ecossistema capaz de desencadear inovação, investimento económico e bem-estar social.” “As universidades são pilares importantes de criação, transmissão e valorização do conhecimento” e, por essa razão, afirmou que “temos que estar em permanente ligação com o mundo académico, aportando sinergias e garantindo mais-valias para o nosso trabalho diário”, referiu o autarca. O Pólo de Cultura e Ciência da Universidade Aberta na Sertã funcionará na antiga Escola da Abegoaria e “é para nós um enorme desafio (…) gerador de motivação e estímulo para trabalharmos afincadamente nas metas estratégicas que traçámos”, sublinhou Carlos Miranda, evocando o “ambicioso plano de atividades” de 2025 com “oferta de cursos formativos, a realização de simpósios e outros eventos de cariz cultural e científico”. A abertura deste Pólo permitirá também concretizar a Cátedra Padre Manuel Antunes: “a primeira desta tipologia em Portugal e que funcionará na Sertã, sob a égide do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta”. Permitirá “aprofundar as lições que o Padre Manuel Antunes nos deixou, em busca de um mundo mais adulto e uno”.
Domingos Caeiro, Vice-reitor da Universidade Aberta, começou por frisar a origem e a essência da instituição que representa, dizendo que “é uma universidade pública de ensino à distância” e referindo os milhares de pessoas que, desde o final da década de 80, concluíram licenciaturas graças ao ensino à distância daquela universidade. Com a criação dos Pólos de Ciência e Cultura, é o alargar da estrutura a outras valências com uma “vertente mais investigativa”, tendo sempre presentes as “três componentes da missão da universidade: investigar, ensinar e transferir o conhecimento”. “Este momento transcende a assinatura de um acordo institucional: ele simboliza a reafirmação de um compromisso com a democratização do conhecimento, o fortalecimento cultural e o desenvolvimento sustentável das comunidades.” O Vice-reitor da Universidade Aberta referiu que este projeto corporiza “uma visão estratégica conjunta, centrada na missão de acesso ao saber, de estimular a transferência de conhecimento e reforçar o papel das universidades no desenvolvimento equilibrado e inclusivo das regiões”. O Pólo de Ciência e Cultura funcionará sob a direção científica do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta: “será um espaço de excelência que democratizará a ciência e a cultura, estudará e divulgará a obra do Padre Manuel Antunes e impulsionará o desenvolvimento socioeconómico da Sertã, gerando redes de conhecimento, atraindo talento e gerando novas oportunidades”, sublinhou Domingos Caeiro. José Eduardo Franco, Diretor do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta, referiu que a abertura deste pólo e a cátedra integram-se na missão de “contribuir para valorizar cultural e cientificamente os territórios mais distantes dos grandes centros”, recordando o desígnio do Padre Manuel Antunes de que “para haver um projeto de educação e de universidade tem que haver projeto de cultura” afinal, “a cultura é o que permite que o homem se torne plenamente homem”. “A cultura e a ciência são as bases de uma sociedade mais progressiva”. Neste contexto, José Eduardo Franco referiu que este pólo irá “capacitar a população deste e doutros concelhos”. No que diz respeito à cátedra, “irá abrir espaços de reflexão mais aprofundada para valorizar a nossa comunidade local e a ligação com a comunidade mais global”.