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SERTÃ – Parceiros estratégicos e municípios juntam-se para a expansão do Experimenta Paisagem

Os municípios fundadores do Experimenta Paisagem – Sertã, Oleiros, Proença-a-Nova – juntaram, com o escritório portuense Mag – Marques de Aguiar, os parceiros estratégicos para a expansão desta rede territorial que tem como objectivo a afirmação da região do centro como destino internacional de arte na paisagem através da promoção da cultura, do património e das artes e simultaneamente, da valorização turística desta região marcada pelo despovoamento. Estabelecer uma rede que faça da região um destino internacional pioneiro na arte na paisagem foi o propósito adicional da reunião de trabalho que, a 1 de junho, juntou nos Serviços Centrais e da Presidência do IPCB os fundadores desta iniciativa e entidades estratégicas como a Direção Regional da Cultura do Centro, o Turismo Centro Portugal e o Centro Nacional de Cultura (CNC). Com curadoria do escritório portuense MAG – Marques de Aguiar e financiamento da Dgartes, o programa começou a ser desenvolvido em 2019, no âmbito da estratégia da Direcção Regional da Cultura do Centro, em articulação com as fórmulas de desenvolvimento territorial de três municípios do Pinhal Interior Sul: Oleiros, Sertã e Proença-a-Nova. Do Cortiçada Art Fest, formato de estreia do Experimenta Paisagem, resultaram roteiros de arte na paisagem da Cortiçada e das Linhas de Água, onde foram criadas, pelo colectivo, o “Farol dos Ventos” (Serra das Talhadas), “Moon Gate” (ribeira de Oleiros) e “Véu” (parque da Carvalha). Exposta esta relação improvável, cada obra está enraizada no lugar, nas memórias e vivências ou nas aspirações de quem habita, sendo os roteiros um manifesto sobre a paisagem natural e cultural com que se pretende valorizar a respectiva identidade e transformá-la- a longo prazo, promovendo o envolvimento das pessoas e o reencontro das comunidades com o seu território.

À Escola Superior Agrária e à Escola Superior de Educação do Politécnico de Castelo Branco caberá analisar os lugares e identificar os valores da paisagem construídos ao longo de gerações, enquanto que a Escola Superior de Artes Aplicadas irá fazer o registo vídeo, sendo responsável pelo desenvolvimento da imagem de comunicação e pela sinalização dos roteiros das obras. Já ao Centro Nacional de Cultura compete a criação artística contemporânea bem como a concepção de roteiros culturais. Para José Farinha Nunes, “o Experimenta Paisagem é um projeto decisivo para a transformação cultural deste território, não só pela oportunidade de explorar novas áreas temáticas como também pela dinâmica que introduz. Desde a primeira hora, o Município da Sertã compreendeu as vantagens em estar associado e as mais-valias que daí poderiam advir”. O presidente da Câmara Municipal da Sertã acredita que, através do Experimenta Paisagem, “será possível conquistar novos públicos e afirmar a Sertã como destino turístico também ligado à arte contemporânea”. “O trabalho em rede com os outros municípios do Pinhal Interior, com a criação de redes de escala e visibilidade nacional e internacional, é uma aposta de vários anos do Município”, refere João Lobo, presidente do Município de Proença-a-Nova. “O Experimenta Paisagem é mais uma aposta do Município na transformação territorial com as parcerias estratégicas da Direção Regional da Cultura do Centro e do Turismo Centro Portugal”. João Lobo, adianta que “a pandemia que vivemos veio alterar de forma profunda o modo como nos relacionamos com a natureza, expandindo a usufruição das paisagens do interior através do turismo de natureza, palco maior dos nossos territórios. Através dos roteiros do Experimenta Paisagem o Município inaugura um destino de arte contemporânea na paisagem pioneiro em Portugal pela síntese exemplar de obras de arte com impacto estético integradas nos lugares e pelo método de acção através de processos participativos.”

Segundo Fernando Jorge, presidente da Câmara Municipal de Oleiros “esta iniciativa é de extrema importância e projetos como este permitem atrair pessoas aos lugares”. No entender do autarca oleirense, “o facto de este projeto resultar de uma parceria intermunicipal traz ganhos em termos de escala e benefícios para todos de forma integrada, podendo combater a sazonalidade da oferta turística e prolongar a estadia de quem nos visita. É importante afirmarmo-nos pela diferenciação e pela positiva. Só assim marcamos uma posição a nível nacional e internacional”. A professora Maria Calado, Presidente do Centro Nacional de Cultura destaca “A experiência, ou o exercício de leitura e interpretação de uma paisagem mas sobretudo o deleite e a fruição, podem constituir uma experiência única que marca as nossas vidas. É que a paisagem pode ser em si mesma uma obra de arte, formada em tempo longo, que acolhe e dialoga bem com a arte contemporânea.” “Por isso o Centro Nacional de Cultura, associa-se ao Experimenta Paisagem no sentido da consolidação do projecto, da sua internacionalização, e, sobretudo, do desenvolvimento em novas linhas de actividades tendo sempre como objectivo essencial uma ampla valorização do território e das suas comunidades”. “Na mediação artística e na transformação do território, o tempo é o elemento transversal aos 3 eixos do Experimenta Paisagem”, refere Marta Aguiar, do escritório Mag. “Interessa a valorização dos valores da paisagem que foram construídos e persistiram num tempo longo através do diálogo com a criação contemporânea. É através desta relação entre a arte e a natureza que se recriam e intensificam experiências de usufruição estética numa estratégia de transformação, de “semear a longo prazo”, uma herança do escritório portuense da práctica do arquitecto e urbanista Manuel Marques de Aguiar (exposição Construir Lugares, Serralves, 2018).”