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SERTÃ – Coronavírus. Município homenageou Mulheres que têm estado na linha da frente no combate à pandemia

“Estas mulheres estiveram na linha da frente do combate à Covid-19, com coragem e determinação, auxiliando o seu próximo e demonstrando uma humanidade que é da maior justiça realçar”. Foi desta forma simbólica que José Farinha Nunes se referiu às mulheres homenageadas este ano pelo Município da Sertã, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher, assinalado a 8 de março. O presidente da Câmara Municipal da Sertã invocou ainda “todas as mulheres do Concelho da Sertã que fizeram das fraquezas forças, recorrendo à superação individual em nome de um propósito colectivo – o bem-estar da nossa comunidade”. Neste dia decorreu também, com organização a cargo da autarquia, o webinário “Conciliação: trabalho, família e escola em tempos de pandemia”. As comemorações arrancaram na Sertã com a mensagem do presidente do município, José Farinha Nunes, que se congratulou com a importância que o Dia Internacional da Mulher “tem adquirido pelo que representa na evolução do papel da mulher na sociedade e no caminho que se tem vindo a percorrer na afirmação da igualdade de género”. Num discurso carregado de significado, o edil chamou a atenção para as mudanças que a pandemia Covid-19 trouxe à sociedade e lembrou “as heroínas que travaram batalhas épicas nos hospitais, nos lares de idosos, nas ruas ou simplesmente em casa, procurando resistir e sobreviver a uma ameaça mundial”.

Seguiu-se o webinário, que contou com a presença de Maria José da Silveira Núncio (Professora Universitária no ISCSP, mediadora e coach familiar), Filipa Cristina (Gestora Educacional, fundadora da “Coração de Criança”) e Rita Figueiredo (Professora de Mindfulness, fundadora da “Crescer Singular”). Maria José Núncio referiu-se à conciliação entre trabalho e família como sendo “uma preocupação que deve ser de todos nós”, embora ressalvando que ainda é “maioritariamente um problema de mulheres, maioritariamente sentido e vivido pelas mulheres no seu quotidiano. Só poderá mudar quando houver um compromisso empenhado de todos, mulheres e homens. Só se muda se mudarmos todos e começa na educação em idades precoces”.

Por seu lado, Filipa Cristina abordou a necessidade da mudança de mentalidades, de estratégias e do processo educacional nas escolas e sublinhou a importância da divisão de tarefas em casa, que assume particular importância em momentos de crise e pandemia. Focou o seu exemplo de empreendedorismo e o cuidado que tem que haver quando existem crianças. ”É um desafio constante do ponto de vista sócio-emocional, para além de nos gerirmos a nós mesmos, temos que ter a capacidade de saber gerir as expectativas e as emoções destes pequenos seres que, um dia, vão ser os nossos líderes de futuro”.

Já Rita Figueiredo referiu que à medida que se vai “investigando e sabendo cada vez mais sobre os processos neuronais e todo o sistema nervoso, isso deixa-nos cada vez mais próximos de compreender e procurar a igualdade e a equidade.” Focou as “pequenas coisas que podemos fazer diariamente, com os adultos e as crianças, e o processo conjunto entre pais e comunidade escolar que tem que acontecer”. E falou em pequenas “sementes” que têm que ser semeadas e germinadas todos os dias: “menos é mais, amor-próprio e perceber que cada um de nós tem que gostar de si para acreditar e perceber que se tiver força, terá tudo o que precisa para ultrapassar situações de crise.”

Rui Lopes, jornalista e moderador do webinário, lançou algumas questões de reflexão, nomeadamente as lições que se podem tirar desta pandemia e do seu efeito nos direitos das mulheres. Na resposta, Maria José Núncio falou das repercussões das “três pandemias” (Covid-19, saúde mental e crise socioeconómica) que constituem fatores acrescidos de vulnerabilidade para a mulher e que poderão gerar um retrocesso no caminho que já se fez. Filipa Cristina referiu, a este propósito, que “apenas está visível a ponta do iceberg e que nos esperam ainda mais desafios”, enquanto Rita Figueiredo notou que é em momentos de crise que se fazem as transformações para melhor e que as pessoas se devem focar naquilo que podem controlar. No final das apresentações, foi aberta a participação ao público que interagiu com as oradoras.

Após o webinário, decorreu, no Salão da Assembleia Municipal da Sertã, a homenagem às Mulheres na Linha da Frente no combate à Covid-19 no Concelho da Sertã. José Farinha Nunes, Presidente da Câmara Municipal da Sertã, entregou as lembranças aos representantes das entidades de Saúde, Forças de Segurança, Bombeiros, ERPIs e Centros de Dia do Concelho. Na homenagem o autarca referiu-se às Mulheres na Linha da Frente e a todas as Mulheres do Concelho como sendo “exemplos únicos e insubstituíveis de uma sociedade que se constrói através da solidariedade e da entreajuda comum, não deixando ninguém para trás e, mais do que isso, fazendo deste Concelho um local mais luminoso e menos sombrio. As médicas, enfermeiras, funcionárias de IPSS, bombeiras, polícias, comerciantes e todas as mulheres que nas suas casas foram obrigadas a equilibrar papéis tão diferentes como o de mãe, companheira e trabalhadora.”

Foram homenageadas todas as Mulheres que integram as seguintes entidades: Guarda Nacional Republicana da Sertã, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cernache do Bonjardim, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Sertã, Centro de Saúde da Sertã, Santa Casa da Misericórdia da Sertã, Centro Social São Nuno de Santa Maria (Cernache do Bonjardim), Centro de Assistência Social da Freguesia do Cabeçudo, Centro Nossa Senhora da Assunção (Castelo), Centro de Apoio à Terceira idade de Sant’Ana (Cumeada), Centro Social de Nossa Senhora da Confiança (Pedrógão Pequeno), Centro Social Cultural e Desportivo do Marmeleiro, Centro Social e Bem-Estar da Várzea dos Cavaleiros, Associação Social e Cultural da Freguesia do Figueiredo, Centro de Assistência do Troviscal e Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) da Sertã.