No Sardoal, para além do rasto de destruição deixado pelo incêndio que assolou a freguesia de Alcaravela, está bem presente um sentimento de injustiça face à forma como o concelho tem sido esquecido neste período de reacção à devastadora ocorrência. Por incrível que pareça – apesar de haver registo para a perda de investimentos de diversas pessoas dentro do sector florestal e agrícola – a verdade é que esses auxílios porventura não vão chegar… porque não ardeu o suficiente. Esta é uma cruel constatação, perante a qual a autarquia sardoalense não se conforma e, durante os últimos dias, tem sido feito trabalho junto das entidades responsáveis para alertar para esta tremenda injustiça. Ou seja, tal como Mação já se queixou, também no Sardoal há a convicção de que nem todos são tratados por igual. Em entrevista à Hertz, Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal, foi igual a si próprio. Frontal, o autarca apontou o dedo aos responsáveis políticos do sector, defendendo a sua «responsabilização» porque «sabiam que as coisas estavam mal e nada fizeram». Miguel Borges diz mesmo que os políticos «têm que ser responsabilizados pelas asneiras que andam a fazer». Recorde-se que o Sardoal investe, por ano, cerca de 600 mil euros em protecção civil, um valor que serve de exemplo para quem faz da prevenção a palavra de ordem. Nesta altura, sublinhou Miguel Borges, há elementos de acção social do Município que estão no terreno para se inteirarem da situação. Fica, então, na integra, a entrevista ao presidente da autarquia sardoalense: