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SANTARÉM – “Pombinhas de Santarém”, aquele bolo que a avó trazia quando regressava de Lisboa à aldeia…

As memórias de infância em cada um de nós perduram por toda a nossa vida e como é bom recordar! A minha avó que de quando em vez ia a casa dos filhos a Lisboa, no regresso na carreira do “Adelino Pereira Marques” que passava em Santarém e aí tinha paragem, comprava um bolo em forma de “pombinha” nos idos anos de 1966 a 1970, bem como os tios que vinham passar grandes temporadas à terra nas “férias grandes”. Deixei ou deixámos de ver o bolo, ou melhor o pão em forma de “pombinha” o que se agora poderia denominar um pão de leite. Porém as “Pombinhas de Santarém” estão de volta aos cafés e pastelarias da cidade de Santarém. Este projecto, no âmbito do Santarém Cultura / ‘In Santarém 2019 – Festival de Artes e Cultura’, uma parceria entre o Município de Santarém e as empresas Nobre e Sumol + Compal, ressuscitou o tradicional bolo. A iniciativa que arrancou no dia , 22 de Julho e se estende até 21 de Setembro (data em que termina o In.Santarém), foi apresentada no mais emblemático estabelecimento de Santarém, o Café Central e estará disponível em 32 cafés e pastelarias de Santarém. Em comunicado da câmara; Inês Barroso, vice-presidente do Município de Santarém, destacou as “pombinhas como um ícone da cidade e do concelho”, que apelam à saudade e aos tempos em que podiam ser vulgarmente compradas nas padarias da cidade. A vereadora enalteceu a “recuperação” que este bolo tem sido alvo nos últimos anos, bem como a procura por parte de visitantes “que já as procuraram para as levar para casa”, revelou.

Realçou ainda “aqueles que tornam possível Santarém ter esta oferta”, no qual “se associam e contribuem para o sucesso desta campanha”, referindo-se às empresas que, em parceria, fornecem os produtos alimentares que guarnecem o ‘Menu História com Arte … Pombinhas de Santarém’, que têm por base, para além das próprias pombinhas, o fiambre e o presunto da Nobre, juntamente com os sumos da Compal. Há muito associadas a Santarém e arredores, as Pombinhas têm um sabor ligeiramente adocicado, sendo confecionadas com massa de farinha de trigo, daí resultando um misto de pão e bolo tradicional. Desde sempre apontadas como símbolo do culto do Espírito Santo, festejos com forte implantação na região de Santarém, quer em Alenquer quer em Tomar e outras localidades, conta a tradição que este bolo celebra a amizade e a reconciliação. Consta mesmo que terá feito parte do bodo distribuído aos pobres no dia de Pentecostes, data assinalada 50 dias após a celebração da Páscoa. Razão acrescida para com mais calma e poupando os cerca de 10 euros que pagamos de portagem de Lisboa a Tomar, vir pela estrada do Carregado, Cartaxo, Vale de Santarém e Santarém, comprar com essa poupança “umas pombinhas” e descer à Ribeira de Santarém e por uma estrada regional/agrícola muito boa e com pouco trânsito por meio de campos verdejantes, alcançar Azinhaga e Golegã e chegar a Tomar com menos de 1,5 de portagem gasto. António Freitas