Santarém prestou homenagem ao fadista António Pelarigo, com um espetáculo, que lotou os Claustros da Casa do Campino, em Santarém, integrado nas Festas de S. José, e que contou com a presença dos familiares do homenageado: Emília, sua esposa, Pedro, Sérgio e Nuno, seus filhos, entre outros familiares. Inês Barroso, Vice-Presidente da Câmara de Santarém prestou a sua homenagem, emocionada, ao Homem e ao Fadista que cantava o Ribatejo de uma forma única. A Vice-Presidente da Câmara de Santarém lembrou que “Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós.”, e confessou que adorava o timbre e o modo como o fadista interpretava o fado, referindo que um dos seus preferidos era “Quem me quiser” (Rosa Lobato Faria /José Cid).
O espetáculo, apresentado por Ludgero Mendes, homem ligado ao folclore, à tauromaquia e que nutre uma paixão intensa por Santarém e pelas suas tradições, contou com a participação dos fadistas Célia Leiria, Isabelinha, José Cid e António Pinto Basto, acompanhados por Pedro Amendoeira, Alexandre Silva, Nani. Embora António Pelarigo não fosse um homem ligado ao futebol, fazia amigos em diversas áreas, e, por isso mesmo, esta noite, durante a sua homenagem, a bandeira da Associação Desportiva Cultural e Recreativa “Os Tricofaites”, estava exposta, como homenagem a esta família de que também fazia parte. O fadista António Pelarigo, morreu aos 64 anos, no dia 16 de janeiro deste ano, em Santarém. O fadista, com mais de 40 anos de carreira, estreou-se no fado aos 20 anos, no Ribatejo.
A sua carreira como fadista ficou sempre em segundo plano, pela incerteza que representava uma carreira enquanto fadista, porque, para ele, a sua família estava em primeiro lugar, o que o levou a exercer outras atividades, como as de agricultor, pastor, mecânico e caixeiro-viajante. Começou a trabalhar em criança, por volta dos dez anos. Em 1994, gravou o disco “Xaile Negro”. O primeiro álbum, editado em CD, em 2014, foi apresentado em Lisboa e em Santarém, sua cidade natal e reúne doze temas, com letras assinadas, entre outros, por Rosa Lobato de Faria, Maria Manuel Cid, José Cid, Paulo de Carvalho e Maria Luísa Baptista. O fadista assinou a letra e a música de “Senhora da Paz”. António Pelarigo fez carreira ao lado de grandes protagonistas do fado e participou na antologia “O mais triste fado”, com Fernanda Maria, Fernando Maurício, António Rocha e António Mourão, entre outros. Privou com Amália Rodrigues, Carlos Zel e João Ferreira-Rosa, e recebeu convites para cantar em casas de fado, tanto em Lisboa como no Porto, o que a maioria das vezes não aconteceu, uma vez que preferia cantar entre os seus amigos, nas Caneiras. Filho de Avieiros (gente originária da Vieira de Leiria, que vivia da faina no rio Tejo), realizou várias tertúlias e “fadistices” com Celeste Rodrigues, Jorge Fernando, José Pracana, Pedro Lafões, José Eduardo Falcão e João Braga. “Fado da Balada”, “Mulher Arado”, “Bandeira Azul”, “Sete Esperança, Sete Dias”, “Naufrágio”, “Volta ao passado”, “Jardim Abandonado”, “Das saudades Tenho Medo”, “A Taberna do Quinzena”, são alguns fados que António Pelarigo celebrizou. www.cm-santarem.pt