O Ministério da Saúde decidiu demitir a administração da Unidade Local de Saúde da Lezíria do Tejo, entidade que gere, por exemplo, o Hospital de Santarém. Estão por esclarecer os motivos para esta decisão, tida como surpreendente, sendo que os dirigentes já tiveram oportunidade de emitir um comunicado, onde confirmam a saída. Esta direção, recorde-se, tinha entrado para o cargo em Fevereiro último. Na despedida, a administração refere que foi «um privilégio construir algo que ficará gravado na história da região: a criação da ULS Lezíria, uma entidade que uniu o Hospital Distrital de Santarém e o ACES Lezíria, consolidando um modelo de proximidade e integração ao serviço das comunidades. Este projeto, de uma ambição ímpar, foi possível graças à dedicação incansável de todos. O trabalho desenvolvido ao longo deste ano foi pautado pela união de esforços, pela partilha de ideias e pela superação de desafios que só foram possíveis através do espírito de equipa que caracterizou este Conselho de Administração», reforça esse mesmo texto. «Os resultados alcançados são reflexo, também, da competência e entrega de todos os profissionais de saúde da ULS Lezíria e da colaboração com as instituições que colaboraram connosco. Juntos, demos passos significativos na melhoria da acessibilidade, da qualidade dos cuidados prestados e na eficiência dos serviços», sublinha a agora ex-administração da ULS Lezíria do Tejo. «Agradecemos profundamente a todos os profissionais que, diariamente, dão o seu melhor para que esta unidade seja uma referência. A vossa colaboração foi e será sempre o alicerce do sucesso desta instituição. Saímos com a certeza de que a ULS Lezíria continuará a prosperar, alicerçada nos valores que partilhamos e na missão de cuidar de quem mais precisa. Desejamos a todos os que permanecem e aos que virão a maior força e sucesso», acrescenta o comunicado.
Partido Socialista critica decisão do Governo – Entretanto, em comunicado enviado para a Hertz, a Federação Distrital de Santarém do Partido Socialista já assumiu duras críticas à decisão do Governo. Eis o comunicado: «A Federação Distrital de Santarém do Partido Socialista repudia a estratégia de apropriação da administração pública levada a cabo pelo governo da AD, de forma descarada, sem argumentação e gerando uma instabilidade com consequências imprevisíveis nas respostas de saúde que os cidadãos merecem ter ao seu dispor. Desde a tomada de posse do Primeiro-Ministro Luís Montenegro e da Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, todos os resultados no setor da saúde pioraram com efeitos catastróficos para milhares e milhares de pessoas, como todos os dias nos é dado a conhecer. Portugal precisa de uma alternativa urgente ao denominado ‘Plano de Emergência e Transformação na Saúde’, apresentado com pompa e circunstância e que, além da evidente degradação do serviço público, tem apenas “transformado” a gestão da saúde com recurso à substituição cega dos seus gestores. Sim, sem critérios, sem atender aos resultados obtidos e sem olhar para a reconhecida competência dos profissionais em funções. É público e notório que os resultados do trabalho do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde da Lezíria superaram as expectativas e corresponderam a mais e melhores acessos aos cuidados de saúde dos habitantes desta região. O afastamento do atual Conselho de Administração, ao qual queremos reconhecer e agradecer o mérito e competência na prestação do serviço público, é, infelizmente, apenas mais um episódio de uma governação sem rumo, contra a qual o Partido Socialista vai continuar a lutar, denunciando e procurando apontar e materializar uma alternativa. Uma alternativa que contrarie o evidente desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde. Uma alternativa que assegure, a todas e a todos, o total e justo acesso aos cuidados de saúde. Porque essa foi, é e será sempre a única e verdadeira razão da existência do nosso SNS». Foto de arquivo