O Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Distrital de Santarém (HDS) acaba de adquirir um novo equipamento que vai permitir a adequada realização de todas as autópsias fetais e neonatais. Segundo a médica responsável, Catarina Ivanova, a autópsia fetal é importante quer para a compreensão da causa de morte “in útero”, quer em situações de interrupção médica de gravidez por malformações fetais para comprovar as alterações observadas em ecografia e documentar todas as alterações fetais. Por este motivo, “é crucial para o futuro seguimento da mulher e aconselhamento genético ao casal e futuras gestações”. Catarina Ivanova indica que em caso de suspeita de malformações fetais (anomalias congénitas) ou história familiar de malformações, a utente é discutida em Consulta de Decisão Terapêutica – antes e depois da eventual interrupção médica de gravidez -, com participação multidisciplinar de especialistas que incluem obstetras, anatomopatologista, imagiologistas, geneticistas e psicólogos. De acordo com a médica, o esclarecimento da causa de morte pode contribuir significativamente na ajuda do processo de luto. Neste sentido, sublinha, “a autópsia deve ser proposta a todos os pais após a morte neonatal precoce, explicando a sua importância e sublinhando como esta pode ser relevante em gestações futuras”. Até aqui, estas autópsias eram realizadas através de um protocolo com o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental – Hospital Egas Moniz, centro de referência nesta patologia e instituição onde Catarina Ivanova realizou formação específica complementar na área, que incluiu estágio e execução das autópsias fetais e neonatais provenientes do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HDS.