“Emblema II – um espetáculo privado” sobe ao palco do Teatro Sá da Bandeira nos dias 24 e 25 de abril, pelas 21h30. É o primeiro trabalho teatral que emerge do projeto “ensaios para uma revolução para quando voltar”. O espetáculo está intimamente vinculado à revolução portuguesa de 25 de Abril de 1974 movendo-se através de experiências vividas por uma geração de pessoas que ainda não existiam em 74. Resiste-se ao nacionalismo propondo-se um ponto de vista completamente estrangeiro e afastado daquele a que vulgarmente se atende quando se chega perto desta data. Em Emblema II quanto maior a distância entre o espetador e o espetáculo melhor a fruição – talvez por isso haja uma insistência num espetáculo privado. «Só entre nós será possível falar sobre o dia 25 em alemão, grego ou japonês. Só aqui entre nós é que podemos dizer que estamos cansados de saber como é que foi. O que significou e o que significa. Mas estar numa revolução, isso nenhum de nós sabe. Não temos ideia do que é um homem à espera de uma música para começar. Um cidadão que se apronta para morrer pela igualdade, fraternidade… “Não se consegue gravar uma revolução” porque não existe o tempo certo para a fazer, e hoje é difícil relacionarmo-nos com isso. O que é que aqueles homens fizeram entre a decisão de ir e o “depois do adeus”? Quanto tempo cabe nesse momento? Será que eles comiam e bebiam normalmente? Tinham medo? Fumavam compulsivamente? Não conseguimos imaginar. Desculpem. Nem tão pouco nos conseguimos lembrar. Se de fato recordar é viver então a revolução está morta, só aqui entre nós. Resta-nos, portanto, um belo conto de fadas para ouvir pelo avô ao serão: “uma revolução onde se abate o regime com flores. Não se morre. Vivem os escóis, felizes, num museu cobertos pelas coroas de cravos já murchos.”» Com criação e interpretação de Evi Kalogiropoulou, Georg Bütow, Oscar Silva e Soon Park, a peça de teatro/performance com a participação do Grupo de Teatro da UTIS, é para maiores de 12 anos e o bilhete tem um custo de 5 euros.