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SANTARÉM – Convento de S. Francisco recebeu encerramento das comemorações dos 30 anos do Hospital Distrital

O Convento de S. Francisco foi o palco escolhido para o encerramento das Comemorações dos 30 anos do HDS – Hospital Distrital de Santarém. Ricardo Gonçalves, Presidente da Câmara de Santarém, António Pinto Correia, Presidente da Assembleia Municipal de Santarém, Pedro Ribeiro, Presidente da Câmara de Almeirim, Nuno Serra, António Filipe e Carlos Matias, Deputados do PSD, CDU e Bloco de Esquerda, respetivamente, eleitos pelo distrito de Santarém, José Josué, Presidente do Conselho de Administração do Hospital Distrital de Santarém e Francisco George, Diretor Geral de Saúde, foram algumas das personalidades presentes nesta iniciativa que encheu o Convento de S. Francisco. José Josué afirmou que “comemorar trinta anos duma realidade em permanente mudança, só é possível porque cada um dá o melhor que pode e o melhor de si e dos seus conhecimentos às pessoas. São estas memórias do Hospital que mostram de forma simples, o que muitas vezes, parece complexo.”

Ricardo Gonçalves sublinhou que é preciso lembrar que, diariamente, “cerca de duas mil pessoas entram no Hospital Distrital de Santarém”, o que o leva a dizer muitas vezes que o HDS “é um pequeno Concelho dentro do nosso Concelho, sempre disposto a cuidar de nós.” O Presidente da Câmara de Santarém disse ainda que o HDS “pode continuar a contar com o apoio da autarquia Scalabitana, nomeadamente, no apoio às candidaturas ao Portugal 2020, de modo a que, futuramente, esteja ainda melhor preparado para para receber os utentes”.

A sessão prosseguiu com a Palestra “Saúde em Portugal”, a cargo de Francisco George, que começou a sua intervenção afirmando à plateia que sentiu “uma grande emoção quando entrou na Parada da antiga Escola Prática de Cavalaria, por ter sido daqui que saiu o Capitão Salgueiro Maia, para o “assalto final” ao Quartel do Carmo em Lisboa, onde ele estava, e onde, no meio da multidão conheci a figura ímpar que foi Salgueiro Maia, nosso herói nacional.” O Diretor Geral de Saúde continuou a sua intervenção, afirmando que “o grande problema da nossa sociedade é aquilo a que chamamos a transição demográfica, que faz de Portugal um dos países mais envelhecidos da União Europeia”. Segundo Francisco George, “Este problema faz com que Portugal tenha uma população idosa que requer cuidados dos políticos, dos médicos, dos cuidadores, dos enfermeiros e dos seus familiares, a que se associa outra transição – a transição epidemiológica. Por um lado, deixam de haver as chamadas doenças agudas e passam para doenças crónicas, doenças de evolução prolongada, que se refletem nos cuidados de saúde, através da inserção de medidas ativas.

Para Francisco George, há seis eixos principais de trabalho, que “nos levam a atingir metas que fixamos para 2020 e que apontam as soluções:

1º Eixo: Aumentar a esperança média de vida – é o trabalhos dos médicos e dos enfermeiros. Prolongar a vida dos cidadãos, o mais possível.

2º Eixo: Melhorar o Bem-estar – diz respeito aos autarcas: o HDS é importante como centro empregador mas isso não basta. É necessário lutar contra as desigualdades sociais e ter em conta que, quando as crianças nascem, as famílias têm que ter possibilidades para lhes proporcionar bem-estar e prosperidade, de modo a que as nossas gentes tenham melhores condições de vida e, consequentemente, maior bem-estar.

3º Eixo: a redução das desigualdades. Mas, pior que isso, é preciso reduzir as iniquidades. Fazer com que o interesse público prevaleça.”

A título de exemplo, explicou que, relativamente à administração da vacina contra o cancro do colo do útero, não fazia sentido que só as famílias com possibilidades económicas tivessem acesso. Hoje em dia já entrou no Plano Nacional de Vacinação, o que faz com que a sua administração seja gratuita.

“4º Eixo: Questão de ter em conta que a governação tem que ser transparente a todos os níveis, prestando contas e à luz dos princípios da constatação de que, se há determinantes que melhoram a saúde, outros pioram”.

5º Eixo: Definição de metas – é necessária a existência de cronogramas para medir o trabalho.Se nos afastarmos do trabalho, temos que apresentar medidas e, para isso é necessário apresentar indicadores.

6º Eixo e principal: temos um compromisso nacional e internacional:quanto menor for a expressão da mortalidade prematura melhor. ”

O Diretor Geral de Saúde terminou a sua intervenção defendendo que a escola tem que se preocupar com a redução dosal na comida, e sua substituição por ervas aromáticas, com a redução do consumo de calorias e com a importância de sensibilizar as pessoas a comer de forma mais saudável.

A sessão contou com vários momentos musicais: canto e acordeão, a cargo de Verónica São Pedro, médica do Hospital de Santarém e do acordeonista Flávio Bolieiro – aluno do Conservatório de Música de Santarém; momento de saxofone, a cargo de João Marques, aluno do Conservatório de Música de Santarém; momento de oboé e piano, com o oboísta Rodrigo Gonçalves, aluno do Conservatório de Música de Santarém e da pianista Lioudmila Litvinova, professora do Conservatório de Música de Santarém; dum momento de guitarra portuguesa, pelos guitarristas Hugo Martinho e João Limeiro, alunos do Conservatório de Música de Santarém; um momento de música de Câmara, com Flávio Bolieiro, Hugo Martinho, João Limeiro, Filipa Vaz e Cristiana Lopes, a que se seguiu um momento de canto e piano, com Hélia Castro, médica do ACES Lezíria e Lioudima Litvinova, professora do Conservatório de Música de Santarém. Para encerrar as comemorações dos 30 anos, cantaram-se os Parabéns. www.cm-santarem.pt