O Sporting de Tomar corre o risco de não ter equipa sénior de hóquei em patins na época que se avizinha. Este cenário pode assumir algum exagero nesta fase mas é uma hipótese caso não apareça ninguém disposto a assumir o cargo de presidente deste emblema centenário. Esta quarta-feira ficou marcada pela realização de uma Assembleia-geral para aprovação de contas e Ricardo Cardoso, presidente em exercício, disse que não estava disponível para continuar a desempenhar essas funções, por motivos familiares principalmente. O futuro joga-se, agora, a 15 de Maio, pelas 20h30, altura em que serão realizadas as eleições para encontrar novos órgãos sociais. Os interessados devem “chegar-se à frente” num prazo máximo de 24 horas antes do sufrágio. Caso não apareça ninguém, então a actual direcção ganhará corpo de Comissão de Gestão e o futuro será imprevisível. Entrevistado pela Hertz, Ricardo Cardoso explicou, então, os motivos que o levam a ficar impossibilitado de continuar: «Estão em causa questões familiares, questões pessoais e até profissionais… a minha vida não permite continuar à frente dos destinos do Sporting Clube de Tomar. Outros valores se levantam, falando de problemas familiares, nomeadamente problemas de saúde de um pai que, neste momento, precisa do filho. Por outro lado, julgo que o clube precisa de crescer em termos de estruturas e de recursos humanos. Não pode continuar a viver com uma direcção que carrega sozinha uma secção de hóquei sénior. É urgente repensar o hóquei sénior».
Ricardo Cardoso lamentou que a política da Câmara de Tomar passe pela diminuição do apoio ao desporto. O dirigente deu um exemplo concreto da actualidade, alertando que a autarquia está a cometer um «erro estratégico». Ficou, ainda, uma mensagem destinada aos sócios, nomeadamente face à fraca adesão da última Assembleia: «Tivemos uma assembleia com dezasseis sócios, quando publicamente já tinha dito que não me recandidatava. Era altura de os sócios com mais peso aparecerem nesta Assembleia. Estes três anos são difíceis para qualquer clube, fruto de uma situação económica muito complicada… Para além disso, na nossa cidade, os apoios da Câmara começam a ser cada vez mais reduzidos e penso que a Câmara deve pensar bem onde vai fazer cortes já que cortar no desporto é uma asneira estratégica. Estamos a colocar em causa os jovens da nossa cidade. Temo, em 2015, mais cortes e menos apoios. Os clubes não pagavam instalações e agora já pagam e depois ainda têm os seus apoios cortados. Isto vai dar cabo do trabalho dos clubes. E estamos a falar de clubes com um peso brutal no nosso concelho, como é o caso do Sporting de Tomar, entre outros».
Oiça a entrevista, na íntegra, no próximo Hertz Desportivo, que terá lugar na segunda-feira, a partir das 21 horas.