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PS e CDU não voltam atrás: trabalhadores do mercado obrigados a ficar em casa no 1 de Maio

Os ânimos exaltaram-se, nesta segunda-feira, por ocasião da reunião da Câmara de Tomar, precisamente na altura de análise da abertura do mercado municipal no Feriado Nacional de 1 de Maio, Dia do Trabalhador. E não houve surpresa nesta discussão, ou seja, Partido Socialista e Coligação Democrática Unitária não mudaram uma vírgula ao que já tinham decidido e, por isso, os comerciantes, que até fizeram um abaixo-assinado porque querem trabalhar nesse dia, vão mesmo ter que ficar… em casa. O mercado não será realizado. A análise deste ponto da ordem de trabalhos deu imenso que falar e os ânimos, tal como sublinhado, exaltaram-se consideravelmente, em particular pela parte de Pedro Marques. O vereador eleito pelos Independentes acusou mesmo Bruno Graça de «retaliação aos comerciantes» e não teve dúvidas em apontar o dedo a PS e CDU, considerando que esta decisão prejudica imenso os trabalhadores: «Isto é uma retaliação em relação aos comerciantes porque o abaixo-assinado não passou pelo vereador Bruno Graça. Isto foi dito por ti (ndr: referindo-se a Bruno Graça) a alguém. Calma! Foi dito sim! Não estou nada a mentir. Ou defendes os comerciantes ou não defendes. E neste caso não defendes! O que mais me irrita é que o PS alinhe contigo nestas coisas. Não admito que se prejudique os comerciantes com o pretexto do dia do trabalhador. É o que vocês estão a fazer».

Quem também não perdoou esta decisão foi João Tenreiro. O eleito do Partido Social-Democrata também criticou Bruno Graça, considerando, ainda assim, que Anabela Freitas é a principal culpada pelo fecho do mercado no 1 de Maio porque, justifica, o Partido Socialista colocou-se do lado da vontade do vereador da CDU: «Os motivos não nos parecem nada válidos. O direito do trabalhador é respeitar aquele que não trabalha mas também aquele que quer trabalhar. Como é que o vereador Bruno Graça se pode substituir aos comerciantes e dizer que abrir o mercado não resolve nada? Mas isto agora deixa de ser uma decisão do vereador Bruno Graça para ser uma decisão da presidente Anabela Freitas. O mercado não abre no dia 1 de Maio, contra a vontade dos trabalhadores, por vontade da presidente».

Bruno Graça, por sua vez, defendeu-se das acusações de Pedro Marques, garantindo que não está a retaliar quem quer que seja. O vereador deixou claro que o significado do 1 de Maio fala mais alto do que o desejo dos trabalhadores que querem o mercado aberto no referido feriado: «Já disse o que tinha a dizer e não mudo uma linha. O 1 de Maio, para a CDU, tem um significado muito especial. Mas não sou eu que mando. Eu tenho um voto e neste caso estou contra a abertura nesse feriado. Todo mundo comemora esse dia e nós temos o direito de o fazer também. Quanto a essas insinuações, desafio qualquer pessoa a dizer que a minha posição se justiça pela entrega do abaixo-assinado ao vereador Pedro Marques. Não tenho nada a ver com isso».