“Aberto para sempre o corpo de mais uma estação” é o título do primeiro livro de Sandra Inácio Tavares, autora com raízes em Proença-a-Nova, mais concretamente na aldeia de Sarzedinha, que foi apresentado na Casa das Associações no dia 8 de outubro perante família e amigos. João Lobo, presidente da Câmara Municipal, salientou a moldura humana que acompanhou esta iniciativa e que, não sendo uma multidão, mostra a importância que as artes têm para a sociedade, neste caso na forma de literatura, “seja ela em poesia, como é o caso hoje da Sandra, seja em prosa. Foram inúmeras as publicações de autores que tivemos entre nós num período largo de tempo e, se serve para alguma coisa, o municipalismo serve para traduzir aquilo que é a arte junto das populações”, destacou o autarca que mostrou a disponibilidade para acolher a apresentação do romance quando este for editado. João Lobo referiu ainda o importante pilar “que suporta de forma diferenciada a sociedade” – a educação e a aposta do Município em iniciativas culturais como a dinamização do Prémio Literário Pedro da Fonseca que incentiva à criação literária precisamente nas categorias de prosa e poesia. Editado pela «Ases da Literatura», o livro “Aberto para sempre o corpo de mais uma estação” está dividido em quatro partes, as estações do ano, com as quais se podem encontrar paralelismos com a essência humana. “Este livro saiu-me mesmo das entranhas porque todo ele ou em todo ele perpassa as emoções e a emotividade, em todo ele eu vou buscar um bocadinho de mim para dar aos outros”, referiu Sandra Inácio Tavares. Agradecendo ao Município a iniciativa de apresentar o livro e ao público pela sua presença, a autora falou sobre o processo criativo que lhe demorou quase dois anos e que implicou deixar de fora os poemas mais autobiográficos. Desta forma, a obra cumpre o seu propósito de dizer coisas diferentes a quem a lê. “Espero que cada um de vocês tenha oportunidade de se encontrarem com este livro e que consigam ver também pedacinhos da vossa própria vida aqui trespassado porque é disso que se trata”. Sandra Inácio Tavares refere que será fácil esta identificação porque “no fundo é a história de cada um de nós, porque efetivamente toda a gente na vida teve sonhos, toda a gente os perdeu, toda a gente na vida alcançou vitórias e conquistas”. Sónia Martins, amiga da autora, falou precisamente sobre alguns dos momentos de identificação que a leitura da obra provocou, associando a cada uma das estações uma palavra chave: primavera – inocência; verão – amor; outono – definhamento; e inverno – morte. Na sua perspetiva, “estas estações são vividas muitas vezes numa mesma vida e o inverno não significa necessariamente um fim, porque nesse fim há sempre uma semente da promessa da primavera, tal como a natureza tão sabiamente nos mostra”. Incentivou ainda a que descubram o livro e que o leiam mais do que uma vez pois a cada leitura há novos significados e sentidos que se revelam. Em breve, este livro de poesia estará disponível para ser requisitado na Biblioteca Municipal, nos seus polos e ainda na Bibliomóvel.
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