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PROENÇA-A-NOVA – Município adere ao projeto espanhol Motor Verde para reflorestação de áreas incultas

O concelho de Proença-a-Nova é um dos parceiros do projeto Motor Verde, impulsionado pela Fundação Repsol e Grupo Sylvestris, que se apresenta como o maior projeto em Espanha de reflorestação de grande escala e recuperação das florestas como ferramenta para a compensação das emissões de CO₂ (dióxido de carbono). Também tem sido um motor de desenvolvimento nos meios rurais de Espanha e Portugal, graças ao seu triplo impacto positivo: social, ambiental e financeiro. No dia 13 de outubro, o presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, João Lobo, com o Gabinete Florestal e de Ação Social, recebeu Mar de Andrés e Ana Ferguson, da Fundación Repsol, António Victor M., da Repsol Portugal, Francisco M. Martínez, da Sylvestris, e Alexandre Tomás e Nuno Reis, da Metsä, que apresentaram as linhas gerais desta parceria público-privada que parte do princípio que “as florestas são uma solução climática natural, pela sua capacidade de absorver o CO2 presente na atmosfera”. Numa segunda parte da reunião, participaram ainda representantes da Associação de Produtores Florestais do concelho, os Escuteiros e proprietários que têm áreas incluídas em iniciativas de reflorestação em concelhos vizinhos. Durante a reunião, João Lobo recordou alguns dos projetos que estão em curso no concelho neste âmbito, nomeadamente as aldeias que já se tornaram mais seguras com a reconversão de áreas florestais em agrícolas na faixa dos cem metros junto aos aglomerados urbanos, no âmbito do projeto “Condomínio de Aldeia”; e as Áreas de Intervenção de Gestão da Paisagem (AIGP), que irão nascer em 7.500 hectares na zona norte do concelho. “Faria sentido que o Motor Verde se focalizasse nestas áreas pois, além disso, vão ter investimento público associado a esta gestão em escala de um território que é de minifúndio”. O autarca recordou ainda a iniciativa Carbono Zero, desenvolvida em 2007, e a questão das externalidades positivas que a floresta dá e que não são pagas. “Para os territórios de baixa densidade como os nossos a economia verde é uma mais valia para gerar riqueza e valor”. O regresso da resinagem é uma das metas que se pretende alcançar com a criação da Rede Europeia dos Territórios Resineiros. Em Portugal, o Motor Verde irá garantir a reflorestação de 86,59 hectares, correspondente à plantação de 105.194 árvores de espécies autóctones que permitirão a captura de 23.238,1 toneladas de CO2, prevendo-se o envolvimento de 33 pessoas nos trabalhos a desenvolver. Esta contratação será feita localmente, junto de grupos em risco de exclusão que receberão formação específica para a realização de trabalhos florestais, garantindo competências genéricas e técnicas que podem ter impacto no seu nível de empregabilidade. “Como é que trazemos recursos humanos ao processo tendo nós um problema de base que é a demografia?” foi a questão levantada por João Lobo que considera que havendo a ligação com os outros projetos em curso por ele elencados, pode ser bem-sucedido.