A primeira de três etapas da Liga Nacional de Paramotor decorreu nos dias 12 e 13 de fevereiro no Aeródromo Municipal de Proença-a-Nova, com a presença de 16 pilotos portugueses e dois espanhóis, incluindo os representantes de Portugal naquela que será a primeira participação lusa num Campeonato do Mundo de Paramotor, que se realizará de 20 a 30 de abril no Brasil. O piloto espanhol Vicente Palmero, vencedor da etapa, participará igualmente nesta competição mundial e em Proença-a-Nova aproveitou para aperfeiçoar a sua técnica num local onde nunca tinha voado antes. O piloto destacou a boa organização do evento e as condições distintas que encontrou para a prática deste desporto, num local com muita vegetação. “Nesta zona é mais difícil navegar, é preciso ir mais atento ao mapa para fazer o melhor”, referiu. Também Mário Costa, que ocupou o segundo lugar do pódio, reforçou as exigências que encontrou no concelho. “Tem particularidades em termos de terreno que tornam a prova muito exigente, ainda por cima com as condições que tínhamos no dia de hoje: era uma prova que não permitia muitas falhas porque Proença-a-Nova é complicada para aterragens, pela grande densidade de floresta, e os pilotos têm que ter algum cuidado, mas também traz desafios que ajudam à modalidade porque não é uma competição fácil – se as competições fossem fáceis perdiam todo o interesse”. Quanto à participação no Campeonato do Mundo, Mário Costa adianta que tanto ele como os colegas de equipa vão dar o seu melhor: “É o primeiro ano em que Portugal vai entrar num campeonato do mundo, por isso nós temos a perfeita noção que somos um país pequeno nesta modalidade, os outros países têm equipas pagas e já andam a treinar há meses, nós todos trabalhamos e isto é um hobby”. Com o atleta espanhol em Proença-a-Nova, foram partilhados alguns conselhos numa palestra que é para repetir noutros eventos, já que a troca de experiências entre pilotos é também um dos objetivos desta Liga. A organização do evento esteve a cargo da FlyProença, em parceria com a Federação Portuguesa de Voo Livre, a Câmara Municipal de Proença-a-Nova e a empresa Flytime. José Lourenço, piloto e dinamizador da modalidade no concelho, espera que este tipo de iniciativas possa atrair mais pilotos para voar “no pinhal interior, principalmente no concelho”. João Manso, vice-presidente da autarquia, referiu o local de descolagem de parapente que existe na Serra das Talhadas, esperando que seja um equipamento cada vez mais procurado, até para provas oficiais. “Estamos dispostos a trabalhar juntos”, acrescentou. O presidente da Federação Portuguesa de Voo Livre, Eugénio Silva, agradeceu o empenho dos pilotos e a disponibilidade da autarquia, até porque, sendo um desporto de nicho, “se o poder local não olhar para nós, não conseguimos de todo ter este desenvolvimento da atividade”. E deixou a ideia de se começar a equacionar a criação de um Centro de Estágios em Proença-a-Nova. Certa é a realização de uma prova do Campeonato Nacional de Paramotor em Proença-a-Nova, previsivelmente a encerrar a época de 2022. De acordo com Eduardo Lagoa, da Flytime e FlyProença, a Liga Nacional de Paramotor “está dentro das nossas expetativas, tanto a nível desportivo, de camaradagem e de participação”. Destacou a presença de pilotos com cerca de um ano de experiência: “é excelente virem aqui porque nós sabemos que Proença é exigente em termos de técnica de pilotagem e esta fase do ano é a melhor época pois ainda está fresco, não há atividade térmica e acabamos por ter essa vantagem”.