Os benefícios da prática regular de atividade física são transversais a pessoas de todas as idades e estão igualmente ao alcance da pessoa com diabetes tipo 2. Neste caso concreto, a enfermeira Dulce do Ó, interveniente no programa de educação Casa da Diabetes em Proença-a-Nova, refere que os/as diabéticos/as devem praticar atividade física pelo menos três vezes por semana, no mínimo 30 minutos seguidos em cada sessão ou divididos em três blocos de dez minutos cada. E devem estar preparados para possíveis casos de hipoglicemia, quando o valor do açúcar no sangue for inferior a 70 mg/dl: o corpo acaba por dar sinais destas situações, por exemplo na forma de suor excessivo, tremores, desfalecimento, palpitações, dificuldade de concentração, irritabilidade ou agressividade, entre outros. A forma mais rápida de repor os níveis de açúcar no sangue é através da ingestão direta de açúcar, muito mais eficaz do que comendo um bolo ou outro alimento, mesmo que rico em açúcar. Sendo aconselhado que a equipa de saúde dê indicações sobre a intensidade da prática da atividade física, os/as diabéticos/as podem assim retirar benefícios para a sua saúde se incluírem regularmente nas suas rotinas a prática desportiva em grupo ou de forma isolada. Gabriel Gil Dias e Nuno Alves, do Grupo de Desporto do Município, falaram das disciplinas atualmente disponíveis, caso das aulas de ginástica sénior, natação, hidroginástica ou ginásio, e apresentaram exercícios que facilmente podem ser realizados em casa, com recurso a objetos do quotidiano, como cadeiras, vassouras, garrafões de água, entre outros. “Em Proença-a-Nova temos todos os meios físicos e humanos para podermos praticar atividade física, caso vocês queiram e tenham essa disponibilidade”. A primeira condição é haver compromisso e, ainda que no início exija mais esforço, num segundo momento a prática regular servirá como um medicamento adicional para o tratamento da diabetes. Os professores de educação física alertaram ainda para diversas situações, desde logo para o uso de calçado adequado que proteja os pés; para o facto de outras atividades diárias, como a agricultura de subsistência, não garantirem os mesmos benefícios que a prática regular de exercício físico; que fazer algum exercício é melhor do que não fazer nenhum, até pelos benefícios secundários que permitem, nomeadamente em possíveis quedas: quem pratica exercício físico com regularidade acaba por ganhar mais agilidade que pode fazer a diferença numa situação de queda. Para gerir a motivação e os níveis de compromisso, uma das possíveis soluções é realizar exercício físico acompanhado. Recorde-se que este programa de educação, intitulado de Casa da Diabetes, resulta de protocolo celebrado entre o Município de Proença-a-Nova e a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, envolvendo 30 diabéticos/as que, desde dezembro, têm participado em conversas informais que têm como objetivo promover a capacitação das pessoas com diabetes para a sua autogestão, ou seja, para terem a capacidade de tomar decisões informadas sobre o tratamento no seu dia a dia. Faltam apenas duas sessões para este programa acabar, uma sobre pé diabético e cuidados preventivos e o encerramento com um convívio entre os/as participantes do projeto com o objetivo de saber como atuar em dias de alimentação diferente.
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