A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova assinalou o seu 75º aniversário. A celebração decorreu no Quartel dos Bombeiros de Proença-a-Nova, teve cortejo de viaturas pelo centro da vila e convívio entre todos os presentes e convidados. Com todos os elementos do quadro ativo perfilados em formatura em frente ao Quartel, assistiu-se ao descerrar da placa comemorativa que eternizou o momento que marcou a comemoração dos 75 anos desta associação. De seguida, a direção da associação reconheceu simbolicamente o grupo de voluntários civis, que durante o incêndio de agosto, apoiaram toda a parte logística durante os 24 dias de operação bem como todos os bombeiros do quadro do ativo da associação com um louvor, seguiu-se o reconhecimento dos sócios beneméritos a José Lourenço e Fábio Fernandes e do sócio honorário, o Agrupamento de Escuteiros 157 de Proença-a-Nova, por toda a ajuda prestada. A bênção das novas viaturas ficou a cargo do padre Virgílio Martins, tendo as celebrações continuado com a imposição de divisas aos novos bombeiros, a entrega de medalhas do quadro de honra e de medalhas de assiduidade da Liga dos Bombeiros Portugueses. A fechar a primeira parte das celebrações, o público presente assistiu ainda ao desfile apeado preparado pela corporação, sinal de união, coordenação e orgulho. Na segunda parte, já no interior do Quartel de Bombeiros, foi apresentada, através de um vídeo com base em relatos de antigos bombeiros da corporação, a antologia desta corporação, que se pretende concluir durante o próximo ano. Em seguida as entidades presentes, dirigiram-se a todos os presentes, tendo tido a palavra Patrícia Gaspar, Secretária de Estado da Proteção Civil, João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, André Fernandes, Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, Eduardo Correia, Vice-presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Tiago Marques, comandante da corporação e Ricardo Araújo, presidente da direção da AHBVPN. Foi também aqui o momento para as mais altas condecorações do dia, a entrega de crachás de ouro, ao Chefe António Martins, Chefe José António Cardoso e ao Subchefe José Marques, a entrega da medalha de dedicação e altruísmo ao 2º Comandante António Alves, Chefe Luís Martins, Subchefe João Teodoro, Bombeiro de 1ª Fernando Tavares, Bombeiro de 2ª Luís Dias, Bombeiro de 2ª Carlos Carvalho, procedeu-se ainda à entrega do prémio de bombeiro do ano ao Chefe Hugo Martins, momento carregado de bastante emoção, sendo que algumas destas medalhas foram entregues em segredo até ao momento da homenagem, exemplo disso, são as medalhas de agradecimento e ao 2º Comandante José Francisco e ao Adjunto de Comando Arlindo André. No momento de discursos, Ricardo Araújo, presidente da direção, abordou de forma emotiva o passado recente e futuro papel da organização na sociedade: “os bombeiros não podem ser elementos de chapéu na mão a pedir dinheiro na rua, hoje os bombeiros têm de ter financiamento que lhes permita suportar a sua atividade e vidas profissionais. É necessário repensar o papel na sociedade com este desafio híbrido de ter bombeiros profissionais e voluntários. É curioso que na era em que vivemos, de whatsapp e telegram como meios de comunicação, a sirene continua a tocar, e quando a sirene toca, a população vem ter connosco, sinal de que esta associação é vista de portas abertas, que precisa de ajuda e que sabe pedir ajuda de todos aqueles que querem ajudar, a eles, o meu muito obrigado”. No seguimento desta intervenção, subiu ao púlpito Tiago Marques, comandante da corporação, que destacou a associação como formadora social de homens e mulheres: “os bombeiros, desde a sua criação, sempre foram uma escola de valores, e como dizia o meu mestre Chefe Martins «se vens com os olhos muitos abertos, nós ajudamos a fechá-los, se vens com os olhos muito fechados, nós ajudamos a abri-los», e esta escola faz falta a uma sociedade cada vez mais fragilizada”. O comandante recordou ainda o passado difícil da AHBVPN: “nos últimos cinco anos passámos por muitas dificuldades. Tivemos uma pandemia, elementos feridos e o falecimento de um bombeiro. A perda do Diogo é irreparável, que se transformou talvez no período mais doloroso da história desta instituição, mas saímos mais fortes e isso deixa-me muito orgulhoso, porque as pessoas serão sempre o mais importante”. João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova e presidente da mesa da Assembleia Geral da AHBVPN, relembrou os nomes dos primeiros homens que estiveram na base do nascimento desta Associação, bem como de todos aqueles que durante os últimos anos apoiaram o crescimento sustentado desta organização: “as instituições só são grandes pelos elementos que as incorporam ao longo da vida e estes 75 anos só são um sucesso porque tiveram sempre proencenses que deram de si para o crescimento desta associação”. Patrícia Gaspar, Secretária de Estado da Proteção Civil, parabenizou os Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova pelo trabalho desenvolvido, “pela dimensão operacional, mas também por serem a mão amiga de muitas pessoas que pouco ou nada têm, numa dimensão humanística, de amizade e de salvaguarda das necessidades mais básicas, e isso não tem preço, não há orçamento que pague esse vosso trabalho”. Depois de terminados os discursos e condecorações, houve desfile das viaturas da AHBVPN pelas ruas da vila de Proença-a-Nova, tendo seguido para o restaurante Milita, onde todos os bombeiros da corporação tiveram a oportunidade de estar presentes graças à ajuda dos Bombeiros de Sertã, Oleiros e Vila Velha de Ródão, que asseguraram o serviço do quartel no momento de convívio da corporação.