Início CULTURA PROENÇA-A-NOVA – Associações ativas e interventivas criam a arte da comunidade

PROENÇA-A-NOVA – Associações ativas e interventivas criam a arte da comunidade

“A Arte como Comunidade” foi o tema principal do VIII Encontro de Associações que decorreu no dia 14 de janeiro na sede da Associação Cultural, Recreativa e Desportiva do Padrão, com a presença de representantes de 33 coletividades de todo o concelho, uma forma de potenciar a partilha de diferentes experiências e de promover o conhecimento do território. “Estas ligações entre associações obrigam – de forma positiva este obrigar – a que conheçam de facto o território que é de todos, as pessoas que o fazem e também o trabalho que promovem junto das comunidades”, realçou João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, durante a sua apresentação que versou sobre o Ano Municipal das Artes que se assinala em 2023. Na viagem pelo “Percurso Artístico do Território”, o autarca começou pela arte rupestre de que há também registos no concelho, passando pelas sepulturas megalíticas e pelos fortes e baterias, tudo vestígios arqueológicos que hoje podem ser enquadrados neste chapéu mais vasto de Artes, mas que quando foram criados tinham uma função muito definida. Também ofícios que tiveram larga expressão no território, como os de tecedeira, latoeiro, cesteiro, entre muitos outros, dão origem a objetos de elevado valor artístico. As artes da música, teatro, pintura, escultura ou cinema foram igualmente abordadas, com enfoque especial no Roteiro das Artes que está criado no Município, em que o objetivo é “tirar partido da nossa maior riqueza, que é a natureza, e traduzir na natureza uma galeria a céu aberto, sem bilhetes de entrada, e que pode ser usufruída por quem passar nas peças e nos trilhos, mas trazendo riqueza ao território, em que as associações, a restauração e a hotelaria, entre outros agentes, também têm de trabalhar na capacidade de atrair essas mesmas pessoas”. O exemplo da aldeia de Cem Soldos, em Tomar, foi apresentado por Miguel Atalaia, diretor artístico do Festival BONS SONS, dinamizado pelo Sport Club Operário de Cem Soldos, e que atrai milhares de visitantes a cada ano. É uma iniciativa feita pela comunidade, que conta com mais de 400 voluntários da aldeia, revelando o envolvimento de todos na realização desta e de outras iniciativas, o que é apontado como fator crítico de sucesso. Para além dos visitantes, Miguel Atalaia revela outros indicadores importantes, como o número de novos residentes na aldeia e a dinâmica criada no sector da construção civil, entre outros. À sua escala, Ana Louro, da Associação para o Desenvolvimento de Sobral Fernando, apresentou iniciativas realizadas dentro da aldeia que têm contribuído para fortalecer o sentido de comunidade, caso da recuperação do moinho, da levada e do açude; ou a iniciativa de florir as ruas. Carlos Campos e Afonso Fontão, Movimento Associativo da Beira Baixa, apresentaram a história desta coletividade e os principais objetivos que norteiam a sua atividade. João Manso, vice-presidente da Câmara Municipal, apresentou os principais eventos para 2023 e Ricardo Pequito Tavares, vereador, falou sobre alguns dos regulamentos que estão em vigor no Município em que as associações também são beneficiárias, entre outras informações que agora se pede que sejam difundidas pelas aldeias. Depois de Maljoga, Sobral Fernando e Padrão, a Penha do Falcão – Associação de Preservação do Património de Penafalcão acolherá o próximo encontro associativo em janeiro de 2024. Um agradecimento ainda aos alunos do curso de Técnico/a de Restaurante/Bar do Agrupamento de Escolas que se disponibilizaram para apoiar o momento do lanche convívio entre os participantes.