CULTURA

PORTO DE MÓS – Mural nomeado para os melhores murais do mundo

O mural de arte urbana recentemente criado em Porto de Mós foi selecionado para integrar a votação mensal que elege os melhores murais do mundo no mês de maio, promovida pela reconhecida plataforma internacional Street Art Cities (streetartcities.com). Esta distinção representa um marco importante para o concelho e coloca Porto de Mós no radar global da arte urbana. Caso o mural fique entre os três mais votados, garante automaticamente um lugar na seleção final dos Melhores Murais do Mundo de 2025, cujo anúncio será feito em janeiro de 2026. Esta nomeação tem um impacto significativo no setor do turismo cultural, atraindo visitantes nacionais e internacionais que viajam propositadamente para conhecer as obras destacadas nestes rankings globais. Em várias cidades por todo o mundo, estas votações contam com o envolvimento ativo das autarquias, que incentivam as comunidades locais a participarem para promover os seus territórios. Em Porto de Mós, esta pode ser uma excelente oportunidade para reforçar a aposta já em curso nas áreas da arte e da cultura urbana.

Como votar?

– Os votos estão abertos até ao final o dia dia de hoje, 10 de junho, e o processo é simples:

– Aceder ao site http://www.streetartcities.com;

– Clicar no banner de votação (visível no site e app durante o período);

– Submeter o voto e confirmar via email.

A obra

A proposta de Jacqueline de Montaigne apresenta uma reinterpretação contemporânea de Nossa Senhora das Dores, não apenas como figura religiosa, mas como símbolo da resiliência feminina diante da dor. A obra centra-se na forma como Maria enfrentou a morte do seu filho — sem ressentimento, com uma entrega serena e desinteressada —, espelhando as muitas mulheres que, nas suas comunidades, canalizam a fé como forma de resistência e união. Nossa Senhora das Dores é também a figura central de uma das mais importantes procissões de Porto de Mós, que marca o início da Semana Santa. A artista inspirou-se em Dona Conceição Fernandes, mulher da comunidade local que, há mais de 58 anos, integra o grupo de zeladoras das procissões. Esta figura evocou-lhe memórias da sua avó, igualmente dedicada à vida religiosa, particularmente aos arranjos florais da igreja. O mural homenageia essas mulheres invisíveis mas fundamentais, que preservam a espiritualidade, os rituais e o sentido de comunidade. Guardiãs da fé, do cuidado e da tradição, são elas quem mantêm viva a chama da identidade coletiva nas pequenas aldeias  com devoção, convívio e propósito.

A artista

Artista autodidata portuguesa, com formação em Ética Médica e Ciências da Saúde, iniciou a sua carreira artística em 1995, destacando-se na cena da arte urbana contemporânea. Desde então, participou em várias residências artísticas e bienais internacionais, tendo o seu trabalho integrado em coleções públicas e privadas por todo o mundo. Com mais de 140 murais realizados, a sua obra cruza o figurativo com uma estética simbólica e emocional. Em 2023, o seu mural The Language of Flowers, no Largo Hintze Ribeiro, foi distinguido entre os 100 melhores murais do mundo pela Street Art Cities. Em 2024, realizou a sua ultima exposição individual, Darwin’s Paradox, consolidando o seu percurso no circuito expositivo.